Parâmetros para certificação da madeira empregada no armazenamento da cachaça
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i15.35793Palavras-chave:
Cachaça; Maturação; Envelhecimento; Fenólicos; Madeiras dos tonéis.Resumo
O potencial bioativo dos fenólicos das madeiras tem sido cada vez mais enfatizado. Vários autores têm pesquisado as estruturas fenólicas transferidas para a cachaça armazenada em diversas madeiras nativas. No entanto, ainda não existem parâmetros químicos para monitoramento/padronização das etapas de maturação/envelhecimento da cachaça. Devido à falta de critérios e exigências legais, os rótulos da bebida quase sempre informam apenas o nome popular da madeira dos barris/tonéis. Nesse trabalho foram analisadas cachaças de oito estados brasileiros (PA, RN, PE, PB, BA, ES, MG e SP). As amostras foram agrupadas conforme a madeira informada e submetidas a para quantificação de nove compostos fenólicos previamente selecionados. Os resultados comprovaram a possibilidade de identificação de madeiras com base em similaridades cromatográficas e estruturas predominantes. No entanto, ocorreram discrepâncias acentuadas entre as cinco amostras armazenadas em “bálsamo”. No Brasil, esse nome (bálsamo) é aplicado popularmente a várias espécies nativas conforme a região geográfica. Assim sendo, recomenda-se a adoção do nome científico da madeira dos tonéis na rotulagem da bebida, como ponto de partida para regulamentação e avanços na certificação de origem e segurança para os consumidores.
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