Fungos microscópicos recuperados de mel, isolamento e lesões patológicas por Penicillium sp em modelo experimental

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i14.35997

Palavras-chave:

Fungos microscópicos; Mel; Penicillium sp; Dano hepático.

Resumo

Introdução: Espécies de fungos produtores de micotoxinas são potencialmente perigosas para humanos e animais. O fígado é o órgão de ação mais conhecido dessas substâncias. O objetivo deste estudo foi isolar fungos microscópicos do mel e investigar o efeito citotóxico do extrato de Penicillium sp. em um modelo experimental. Métodos: Amostras de mel foram cultivadas em ágar Sabouraud. Depois de isoladas e identificadas microscopicamente, as colônias do gênero Penicillium sp. foram transplantados para o meio de cultura Sabouraud dextrose agar. Após o seu desenvolvimento, foram processados para obtenção de um extrato. Dezoito camundongos Wistar foram distribuídos aleatoriamente nos grupos experimental (GI) e controle (GII). O GI foi submetido à inoculação oral do extrato, enquanto o GII recebeu placebo. Os procedimentos foram realizados diariamente durante trinta dias, após os quais o fígado de cada animal foi retirado para análise. Resultados: Aspergillus sp. (86,2%), Geotrichum sp. (6,89%) e Penicillium sp. (6,89%) foram isolados. A espécie mais frequente foi Aspergillus niger (46%). Em relação aos efeitos citotóxicos do extrato de Penicillium sp., os achados macroscópicos no fígado do GI sugeriram principalmente congestão. A microscopia de luz mostrou que os pequenos lóbulos hepáticos estavam preservados e havia congestão vascular dos sinusóides. A microscopia de luz dos espécimes do grupo experimental mostrou que 68,2% estavam anormais, enquanto 87,5% do grupo controle estavam dentro dos limites normais. Conclusões: Os resultados sugerem que houve contaminação nas amostras de mel. Houve predomínio de alterações macroscópicas e microscópicas no fígado de ratos experimentais, sugerindo lesão hepática por Penicillium sp.

Referências

Abreu, B. X. et al. (2005). Avaliação microbiológica de méis não inspecionados comercializados no Estado do Rio de Janeiro. Revista Higiene Alimentar. 19(128), 109-12

AFIP. (1994). Laboratory Methods in Histotechnology. Armed Forces Institute of Pathology (AFIP). Washington D.C.

Bennett, J. W. & Klich, M. (2003). Mycotoxins. Clin Microb Review. 16, 497-516

Cardoso, V. S. et al. (2008). Ação da piperina sobre os parâmetros hematológicos e histopatológicos de frangos de corte intoxicados por aflatoxinas. Revista Ciências da Vida. 28, 1-3.

Chow, J. (2002). Probiotics and prebiotics: a brief overview. J Ren Nutr. 2, 76-86

Denardi, C.A.S. et al (2005). Avaliação da atividade de água e da contaminação por bolores e leveduras em mel comercializado na cidade de São Paulo – SP, Brasil. Revista do Instituto Adolfo Lutz, 64( 2), 219-222.

de Toledo, LD. et al (2006). Aislamiento e identificación de hongos en mieles, equipamiento y medio ambiente en una sala de extracción de la Zona Apícola II de la Provincia del Chaco. Conexiones II, 1-4.

El-Arab, A.M.E, et al (2006). Effect of dietary honey on intestinal microflora and toxicity of mycotoxins in mice. BMC Complementary and Alternative Medicine, .6(6).

Espada, Y. et al (1992). Pathological lesions following an experimental intoxication with aflatoxin B1 in broiler chickens. Rev. Vet. Sci, 53(3), 275-9.

Ferreira, H. et al (2006). Aflatoxinas: um risco a saúde humana e animal. Ambiência - Revista do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais, 2(1), 113-127.

Gelli, D.S.et al (1990). Isolamento de Aspergillus spp. aflatoxigênicos de produtos alimentícios – São Paulo, Capital. Revista do Instituto Adolfo Lutz, 50, 319-323.

Guarro J.; Gené, J. (1992). Fusarium infections: criteria for the identification of the responsible species. Mycoses, 35 (5-6), 109-14.

Hoeltz, I.M. et al.(2009) Micobiota e micotoxinas em amostras de arroz coletadas durante o sistema estacionário de secagem e armazenamento. Ciência Rural, 39 (3), 803-808.

Lacaz, C.S. et al. (2002). Tratado de Micologia médica. Prefácio: Bertrand Dupont. 9. ed. São Paulo, Sarvier. 1104p. ilus.

Lira, P.I.C.; Ferreira, S. L. L. S. (2008). Epidemia de beribéri no Maranhão, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 24(6), 1202-1203.

Luna, L.G. (1968). Manual of the histologic staining methods of the armed forces institute of pathology. 3.ed. McGraw Hill, 258p

Maciel R.M. et al. (2007). Função hepática e renal de frangos de corte alimentados com dietas com aflatoxinas e clinoptilolita natural. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 42(9), 1221-1225.

Martins, H. M. et al. (2003). Bacillaceae spores, fungi and aflatoxins determination in honey. Rev Port Cienc Vet, 98(546), 85-8.

Matuella, M.; Torres, V.S. (2000). Teste da qualidade microbiológica do mel produzido nos arredores do lixão do município de Chapecó – SC. Higiene Alimentar, Rio de Janeiro, 14(24), 73-77.

Oliveira, C.A.F.; Germano, P.M.L. (1997). Aflatoxinas: conceitos sobre mecanismos de toxicidade e seu envolvimento na etiologia do câncer hepático celular. Revista de Saúde Pública, 31(4), 417-424.

Oliveira, E.G. et al. (2005). Qualidade microbiológica do mel de tiúba (Melipona compressipes fasciculata) produzido no Estado do Maranhão. Higiene Alimentar, 19(133), 92-99.

Richard, J. L. (2007) Some major mycotoxins and their mycotoxicoses – an overview. International Journal of Food Microbiology. 119, 3-10.

Rios, S.A. et al. (1992). Incidencia y tipos de hongos (mohos y levaduras) y levaduras osmotolerantes en mieles venezolanas. Revista Instituto Nacional de Higiene Rafael Rangel, 23,16-22.

Silva, R.A. et al. (2007). Inquérito sobre o consumo de alimentos possíveis de contaminação por micotoxinas na ingesta alimentar de escolares da cidade de Lavras, MG. Ciênc. agrotec., 31 (2), 439-447.

Downloads

Publicado

23/10/2022

Como Citar

SOUSA, M. D. G. .; COSTA, M. C. P. .; SILVA, M. A. C. N. da .; CASTELO BRANCO, R. C. .; BORGES, K. R. A. .; MUNIZ FILHO, W. E.; BEZERRA, G. F. de B. .; NASCIMENTO, M. do D. S. B. . Fungos microscópicos recuperados de mel, isolamento e lesões patológicas por Penicillium sp em modelo experimental. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 14, p. e159111435997, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i14.35997. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/35997. Acesso em: 19 maio. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde