A poluição atmosférica reduz a capacidade respiratória durante exercício máximo
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i15.36565Palavras-chave:
Poluição Atmosférica; Saúde; Sistema respiratório.Resumo
Introdução: É notório o aumento da poluição atmosférica nas últimas décadas, principalmente nos centros urbanos, onde houve um processo desordenado de industrialização e de crescimento populacional. Moradores de centros urbanos são expostos a poluentes que influenciam negativamente sistemas orgânicos, primordialmente o cardiorrespiratório. Já os residentes de áreas costeiras desfrutam de meio ambiente mais limpo. Nosso objetivo foi avaliar a influência de diferentes concentrações de poluentes atmosféricos sobre variáveis respiratórias durante teste de esforço máximo. Metodologia: Foram avaliados 80 homens, idade a partir de 40 anos, divididos em 2 grupos: Residentes de São Paulo, Grupo 1 e residentes da Baixada Santista, Grupo 2. Os participantes realizaram teste cardiorrespiratório, determinando seu nível de condicionamento físico (VO2max) e as variáveis: equivalente ventilatório de dióxido de carbônico (VE/VCO2), ventilação pulmonar (VE) e equivalente ventilatório de oxigênio (V/VO2). Os dados foram apresentados em média ± desvio padrão. O STATISTIC 9.0 foi utilizado para as análises e o teste aplicado foi de variância de um caminho para comparação dos dados respiratórios entre os grupos. Resultados: Os grupos foram similares no consumo de oxigênio pico: Grupo 1= 17,5±0,04 ml/kg/min e Grupo 2, 18,3±0,08 ml/kg/min. O Grupo 1 apresentou respostas ventilatórias alteradas durante o teste cardiorrespiratório quando comparados ao Grupo 2: (VE=80±0,3 ml e VE=70±0,2 ml, p=0,004), (VE/VCO2=35.7±0,3 unidades e VE/VCO2=31.7±0,1 unidades, p=0,003) e (V/VO2=36,5±0,2 unidades e V/VO2=31,6±0,1unidades, p=0,03. Conclusão: Indivíduos residentes em São Paulo apresentam eficiência respiratória diminuída quando comparada aos moradores de região costeira durante teste de esforço máximo.
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