Avaliação da qualidade da terapia nutricional enteral em um serviço de terapia intensiva
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.3685Palavras-chave:
Terapia nutricional; Unidade de terapia intensiva; Indicadores de qualidade em assistência à saúde.Resumo
O objetivo do estudo foi analisar os indicadores de qualidade em terapia nutricional enteral em pacientes admitidos em uma unidade de terapia intensiva (UTI) de um hospital de referência em trauma. Para tanto, um estudo observacional retrospectivo foi realizado com pacientes com idade ≥18 anos, que receberam terapia nutricional enteral exclusiva por pelo menos 72 horas na UTI, no período de maio a setembro de 2017. Foram coletados dados demográficos, diagnóstico médico, tempo de início da infusão da nutrição enteral, informações sobre a nutrição prescrita versus infundida, número de pacientes que atingiram 50%, 70% e 100% da energia e proteína em três, cinco e sete dias respectivamente, além de sintomas gastrointestinais presentes durante a terapia nutricional enteral. Foram elegíveis dados de 96 pacientes. Observou-se que 77% da amostra estava internada devido à trauma e 11,34% apresentaram frequência de jejum maior que 48 horas. A adequação do teor de nutrição enteral infundido versus prescrito foi de 83,42%. Apenas 44,8% dos pacientes atingiram 50% da energia recomendada em 3 dias, enquanto que 57,2% atingiram 70% em 5 dias e 44,2% atingiram 100% em 7 dias. Quanto a ingestão proteica, 46,9% atingiram 50% da ingestão recomendada em 3 dias; 57,2 % atingiram 70% em 5 dias e 41,5% atingiram 100% em 7 dias. A frequência de sintomas gastrointestinais foi de 44,7%. Aproximadamente metade da amostra não alcançou progressivamente os percentuais de energia e proteínas desejados. Recomenda-se monitorar a evolução nutricional, identificando as situações e estabelecer intervenções para a progressão nutricional do paciente.
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