Antituberculosos na gravidez: uma revisão
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i6.3714Palavras-chave:
Antituberculosos; Tuberculose; Mycobacterium tuberculosis.Resumo
Tuberculose é doença contagiosa que afeta prioritariamente os pulmões, sendo desencadeada pelo Mycobacterium tuberculosis, apresentando difícil tratamento sobretudo no período gestacional devido a existência riscos a gestante e ao concepto. O presente estudo teve como objetivo realizar uma revisão de literatura relacionada ao uso de antituberculosos na gravidez, ressaltando os possíveis riscos. A busca de artigos ocorreu nas bases de dados Lilacs, PubMed, Science Direct e Periódico CAPES, sendo incluindo somente aqueles publicados entre os anos de 2005 a 2019. No Brasil, o tratamento é feito prioritariamente por meio de rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol, e como fármacos de segunda linha tem-se os aminoglicosídeos, quinolonas e fluorquinolonas. Rifampicina apresenta taxa de anomalia congênita duas a três vezes maior, quando comparado com a isoniazida e etambutol; isoniazida é recomendanda como quimioprofilaxia em gestantes com baciloscopia positiva e/ou diagnosticadas com tuberculose de disseminação hematogênica; etambutol não tem sido associado a nenhum tipo de má-formação, enquanto que pirazinamida é desaconselhada durante a gravidez. Os aminoglicosídeos, quinolonas e seus derivados, estão associados a má-formações e embriotoxicidade, sendo seu uso desaconselhado. Assim, devido a escassez literária relacionado aos riscos associados ao uso de antituberculosos durante a gravidez, torna-se necessário o desenvolvimento de estudos de coorte que tragam informações sobre esses fármacos nos diferentes trimestres de gestação.
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