Cinema bolchevique: uma análise benjaminiana do cinema soviético do período stalinista
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i16.37530Palavras-chave:
Walter Benjamin; Cinema; Stalinismo.Resumo
O cinema é uma fonte muitas vezes “marginalizada” pela historiografia de uma maneira geral. Nesse sentido, este artigo busca estabelecer uma análise do regime soviético no período stalinista (1924-1953), considerado o momento de mais dura repressão à oposição da União Soviética, por meio de suas produções cinematográficas e de fontes. Uma vez que o país assim como outras nações investiram fortemente na indústria do cinema, afim de utilizá-la como forma de propaganda política, disseminando suas ideologias. Como principal referencial teórico utilizou-se A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica, do filosofo alemão Walter Benjamin, principalmente, os conceitos de “estetização da política” e “politização da arte”. No livro, o autor analisa, de uma forma geral, o cenário da arte no início do século XX, momento qual as novas tecnologias como o cinema e a máquina fotográfica revolucionaram a forma de se produzir e consumir a arte. Benjamin, portanto, não faz uma análise específica das produções cinematográficas soviéticas, mas mesmo assim suas análises são aplicáveis ao contexto soviético. Conclui-se ao longo deste artigo que o cinema soviético possui uma “alma” revolucionária na década de 20, colocando o proletariado como protagonista. Porém, com o passar dos anos e a consolidação da ditadura de Stalin, o proletariado perde o protagonismo para os “grandes heróis” do partido bolchevique, aproximando o cinema soviético do cinema burguês que Benjamin tanto criticava.
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