Participação-escuta das crianças na Educação Infantil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.3758

Palavras-chave:

Criança; Educação Infantil; Currículo.

Resumo

Este estudo tem como objetivo analisar os meios/maneiras de se comunicar com as crianças na Educação Infantil, identificando a relação participação-escuta delas no cotidiano educacional e como suas produções culturais repercutem sobre a ação pedagógica do professor nos espaçostempos da Educação Física. Para tanto, realiza uma etnografia com crianças, fundamentada nos referenciais teóricos da Sociologia da Infância. Como resultado, no processo de análise, os dados oriundos da observação participante, registrados por meio de narrativas, enunciações, desenhos, fotos, vídeos e diário de campo evidenciaram as rodinhas de conversas, o projeto pedagógico da escola, a interatividade por meio de jogos e brincadeiras e o desenho como potenciais recursos para a identificação das culturas de pares e interação dialógica com as crianças na Educação Infantil. Conclui-se que o processo de participação-escuta infantil exige considerar as crianças como sujeitos e não objetos da produção do conhecimento, bem como compreendê-las em seus desejos e maneiras de ser, reforçando a importância de adoção de medidas de cunho pedagógico, político e administrativo para a materialização de um processo educativo que se assente nos direitos das crianças.

Biografia do Autor

Bethânia Alves Costa Zandomínegue, Universidade Federal do Tocantins, campus Tocantinópolis.

Possui licenciatura plena em Educação Física pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes/2002); Especialização em Treinamento Esportivo (Ufes/2005). Mestrado em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física (Ufes/2012). Doutorado em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física (Ufes/2018); Atualmente é professora do curso de Educação Física da Universidade Federal do Tocantins, campus Tocantinópolis. Foi professora do Curso de Artes Cênicas e do Curso de Educação Física, Esporte e Lazer da Universidade Vila Vela (UVV/ES), no período de 2011/2019, onde atuou com as disciplinas: Metodologia da dança e expressão corporal, Dança I, Dança II, Ginástica Artística, Ginástica Rítmica, Metodologia da Cultura Popular, Bases Pedagógicas da Educação, Didática e Preparação Corporal para o Ator. Atuou como professora de Educação Física na Prefeitura Municipal de Vitória/ES. Principais áreas de atuação: Ensino superior de Educação Física; Educação Física escolar; Desporto Escolar; Dança; Ginásticas Desportivas. Interesses de pesquisas: Estudos socioculturais da Educação e da Educação Física; Práticas Esportivas; Educação Física na Educação Infantil; Cultura Popular; Ginásticas Desportivas e Dança.

Raquel Firmino Magalhães Barbosa, Colégio Pedro II, Campus Engenho Novo II

Graduação em Licenciatura Plena em Educação Física e Desportos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2007). Especialização em Educação Física Escolar pela Universidade Federal de Lavras (2010), Mestrado em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso (2011). Estágio Avançado na Universidade do Minho (Doutorado-Sanduíche), em Portugal (2017). Doutora em Educação Física pela Universidade Federal do Espírito Santo (2018). Docente da disciplina de Educação Física no Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Colégio Pedro II (2017 - Atual). Membro do grupo de pesquisa Núcleo de Aprendizagens com as Infâncias e seus Fazeres - NAIF/UFES (2014 - Atual) e pesquisadora do Grupo de Pesquisas em Ensino, Aprendizagem, Interdisciplinaridade e Inovação na Educação - GEPEAIINEDU/CPII e do Laboratório de Criatividade, Inclusão e Inovação pedagógica - LACIIPED/CPII (2017 - Atual), ambos vinculados à Pró-Reitoria de Pós-graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura do Colégio Pedro II. Tem experiência de pesquisa científica na área de Educação Física, com ênfase na Educação Infantil, atuando principalmente nos seguintes temas: brincadeiras, infância, ludicidade, desenho animado e agressividade; e, com experiência profissional e científica na Educação Básica e no Ensino Superior. É faixa preta em Kickboxing e Thaiboxing pela Confederação Brasileira de Kickboxing/CBKB/WAKO (2010).

André da Silva Mello, Universidade Federal do Espírito Santo

Possui licenciatura plena em Educação Física pela Universidade Federal do Espírito Santo (1993); Especialização em Educação Física Escolar pela UFES (1994); Mestrado em Educação (Psicologia da Educação) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1999); Doutorado em Educação Física pela Universidade Gama Filho (2007); e Pós-Doutorado pelo Programa Associado em Educação Física da UEM/UEL (2019). Professor do Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Espírito Santo, nos cursos de licenciatura, bacharelado, mestrado e doutorado. Líder do Núcleo de Aprendizagens com as Infâncias e seus Fazeres (NAIF), onde desenvolve pesquisas sobre os seguintes temas: práticas pedagógicas e representações com e sobre as infâncias em contextos escolares e não-escolares; Representações sobre atividades físicas e esportivas; Educação Física, lazer e cultura popular. Coordenou o PIBID em Educação Física da UFES de 2013 a 2018. Coordenou o Programa de Pós-Graduação (mestrado/doutorado) em Educação Física da Universidade Federal do Espírito Santo de 2015 a 2018.

Referências

Ariès, P. (1978). História social da infância e da família. (D. Flaksman, Trad.). Rio de Janeiro: LCT.

Bassedas, E., Huguet, T., & Solé, I. (1999). Aprender e ensinar na educação infantil. Porto Alegre: Artes Médicas Sul.

Brasil. (1998). Referencial Curricular Nacional para a Educação infantil. Brasília: MEC/SEF.

______. (2009). Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília/DF.

______. (2017). Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC/SEB.

Buss-Simão, M. (2005). Educação Física na Educação infantil: refletindo sobre a “hora da Educação Física.” Motrivivência, Florianópolis, 25(1), 163 – 173.

______. (2014). Pesquisa etnográfica com crianças: reflexões sobre o papel do pesquisador. Revista Diálogo Educacional, 14(41), 37-59.

Certeau, M. (1985). Teoria e método no estudo das práticas cotidianas. In: Szmrecsanyi, M. I. (Org). Cotidiano, Cultura popular e Planejamento urbano. (Anais do Encontro cotidiano, cultura popular e planejamento urbano). São Paulo: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de São Paulo, 3-19.

Certeau, M. (1994). A invenção do cotidiano: artes de fazer. Tradução de Ephraim Ferreira Alves. Petrópolis, RJ: Vozes.

Cola, C. (2014). Ensaio sobre o desenho infantil. 3. ed. Vitória: EDUFES.

Corsaro, W. A. (2009). Métodos etnográficos no estudo da cultura de pares e das transições iniciais na vida das crianças. In: Müller, F., & Carvalho, A. M. A. (Org.). Teoria e prática na pesquisa com crianças: diálogos com Willian Corsaro. São Paulo: Cortez, 83-103.

______. (2011). Sociologia da infância. Porto Alegre: Artmed.

Dahlberg, G., Moss, P., & Pence, A. (2007). Qualidade na educação da primeira infância: perspectivas pós-modernas. Porto Alegre: Artmed.

Ferreira, M. (2003). Os estranhos “sabores” da perplexidade numa etnografia com crianças em jardim. In: Caria, T. H. (Org.). Experiência etnográfica em ciências sociais. Porto: Afrontamento, 149-166.

Garanhani, M. C., Martins, R. DE C., & Alessi, V. M. (2015). Instrumentos e procedimentos metodológicos para pesquisas com crianças: desafios e proposições. In: Ens, R. T., & Garanhani, M. C. (Org.). Pesquisa com crianças e a formação de professores. Curitiba: PUCPR, 311-336.

Manual APA: Regras gerais de estilo e formatação de trabalhos acadêmicos. (2019). São Paulo: Biblioteca FECAP Paulo Ernesto Tolle.

Mello, A. da S., Zandomínegue, B. A. C., Barbosa, R. F. M., Martins, R. L. D. R., & Santos, W. (2016). A educação infantil na Base Nacional Comum Curricular: pressupostos e interfaces com a educação física. Motrivivência, Florianópolis, 28(48), 130-149.

Pereira, A. S., Shitsuka, D. M., Parreira, F. J., & Shitsuka, R. (2018). Metodologia da pesquisa científica. Santa Maria: UAB/NTE/UFSM. Editora. Recuperado de <https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/15824/Lic_Computacao_Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1>. Acesso em: 20 Abril 2020.

Pires, S. F. S., & Branco, A. U. (2007). Protagonismo infantil: co-construindo significados em meio às práticas sociais. Universidade de Brasília, Brasília-DF, Paidéia, 17(38), 311-320.

Rocha, E. A. C. (2008). Por que ouvir as crianças? Algumas questões para um debate científico multidisciplinar. In: Cruz, S. H. V. (Org.) A criança fala: a escuta de crianças em pesquisas, 43-51.

Mello, A. S., Assis, L. C., Klippel, M. V., & Santos, W. (2012). Usos e apropriações do jogo em aulas de educação física nos cotidianos da educação infantil. In: Mello, A. S., & Santos, W. (Org.) Educação física na educação infantil: práticas pedagógicas no cotidiano escolar. Curitiba: Editora CRV, 105-121.

Sarmento, M. J. (2002). Imaginário e culturas da infância. Instituto de Estudos da criança. Universidade de estudos da criança. Universidade do Minho.

______. (2002a). Infância, exclusão social e educação como utopia realizável. Educação & Sociedade, 78(1), 265- 283.

______. (2007). Visibilidade social e estudo da infância. In: Vasconcellos, V. M. R., & Sarmento, M. J. (Orgs). Infância (in)visível. Araraquara/SP: Junqueira & Marin Editores, 25-53.

______. (2008). Sociologia da infância: correntes e confluências. In: Sarmento, M. J., & Gouvea, M. C. S. (Org.). Estudos da infância: educação e práticas sociais. Petrópolis: Vozes, 17-39.

Sarmento, M. J., & Marchi R. de C. (2008). Radicalização da infância na segunda modernidade: para uma Sociologia da Infância crítica. Configurações, 4(1), 91-113.

Onu. (1989). Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança. Assembleia Geral das Nações Unidas. Recuperado de https://www.unicef.org/brazil/convencao-sobre-os-direitos-da-crianca.

Tomás, C. (2017). Para além de uma visão dominante sobre as crianças pequenas: gramáticas críticas na educação de infância. Revista Humanidades & Inovação, 4(1), 13-20.

Downloads

Publicado

25/04/2020

Como Citar

ZANDOMÍNEGUE, B. A. C.; BARBOSA, R. F. M.; MELLO, A. da S. Participação-escuta das crianças na Educação Infantil. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 7, p. e06973758, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i7.3758. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/3758. Acesso em: 3 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde