O uso da bola de nascimento como recurso fisioterapêutico diminui a dor e a duração do trabalho de parto?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i16.37875

Palavras-chave:

Parto humanizado; Trabalho de parto; Bola de nascimento.

Resumo

Introdução: A dor do parto é uma experiência vivenciada pela maioria das parturientes. Recursos não farmacológicos podem ser usados para reduzir o quadro álgico, a duração e o risco de sofrimento materno e fetal no parto. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos do uso da bola de nascimento na redução da dor e duração do trabalho de parto. Métodos: Trata-se de uma revisão sistemática, realizada nas bases de dados PubMed, PEDro e SciELO em setembro/2022. Foram selecionados para a pesquisa apenas ensaios clínicos controlados randomizados. A pergunta de pesquisa foi: O uso da bola de nascimento como recurso fisioterapêutico diminui a dor e a duração do trabalho de parto? Resultados: Foram encontrados 17 estudos, sendo 6 incluídos. Dentre os estudos analisados, todos avaliaram o efeito do uso da bola de nascimento na redução da dor, observando diferença significativa, enquanto 5 analisaram seu efeito na redução da duração do trabalho de parto, apresentando resultados divergentes. Um dos estudos permitiu o uso da bola amendoim, uma alternativa em casos de anestesia peridural para posicionamento materno. A bola de parto é um dos recursos não farmacológicos de baixo custo utilizado no manejo da dor e duração do parto, apresentando segurança clínica, não interferindo em parâmetros maternos e fetais. Conclusão: Esta revisão permite concluir que a bola de nascimento é um recurso que apresenta resultados positivos na redução da dor durante o trabalho de parto, entretanto não há ainda um consenso na literatura a respeito do seu efeito na duração do parto.

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Publicado

05/12/2022

Como Citar

MENDES, C. I. R. .; SILVA, F. D. da .; TEIXEIRA, D. M. de J. .; COSTA, K. A. R. O uso da bola de nascimento como recurso fisioterapêutico diminui a dor e a duração do trabalho de parto? . Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 16, p. e197111637875, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i16.37875. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/37875. Acesso em: 26 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde