Tratamento de efluente têxtil sintético por Eletrocoagulação utilizando eletrodos de Alumínio e Ferro
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i16.38384Palavras-chave:
Eletrocoagulação; Efluente têxtil; Tratamento de água.Resumo
Alternativamente aos tratamentos convencionais de água, a eletrocoagulação (EC) é um processo eletroquímico baseado na produção de agente coagulante in situ através de oxidação anódica. O objetivo do presente artigo é avaliar a influência de diferentes parâmetros no processo EC para o tratamento de um efluente sintético têxtil contendo azul de metileno, tais como potencial elétrico aplicado, tempo de eletrólise, pH inicial e final do efluente e o tipo de eletrodo utilizado (Ferro e Alumínio). A taxa de remoção do corante foi acompanhada por espectroscopia no ultravioleta-visível (UV-vis). Os resultados obtidos mostraram maior eficiência com o aumento do potencial elétrico e do tempo de eletrólise, uma vez que a quantidade de agentes coagulantes formados é proporcional a esses dois parâmetros. Entretanto, utilizou-se como tempo máximo 60 minutos, já que as taxas de remoção não aumentavam significativamente em maiores tempos. O eletrodo de Ferro mostrou-se mais eficiente com taxa de remoção do corante de 96,7%, enquanto o eletrodo de Alumínio, 84,4%. Pela influência do pH, foi possível observar que o meio ácido apresentou melhores resultados em potencial elétrico alto. A análise da massa consumida nos eletrodos indicou que o eletrodo de Alumínio sofreu maior perda de massa e isso deve-se a características intrínsecas do metal. Na máxima eficiência do processo EC, verificou-se o consumo energético de 15,3 kWh/m3 e 22,7 kWh/m3 para os eletrodos de Ferro e Alumínio, respectivamente, mostrando que o eletrodo de Ferro é preferível, seja na eficiência de remoção ou na viabilidade econômica.
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