Estimulação elétrica funcional na reabilitação do membro superior de pacientes pós - Acidente Vascular Encefálico: revisão sistemática

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.3856

Palavras-chave:

Terapia por Estimulação Elétrica; Acidente Vascular Cerebral; Reabilitação; Extremidade Superior.

Resumo

Uma série de recursos fisioterapêuticos são utilizados na reabilitação do membro superior de pacientes posteriormente ao Acidente Vascular Encefálico, entre eles, destaca-se a implementação da Estimulação Elétrica Funcional. O propósito do presente estudo foi avaliar os efeitos da estimulação elétrica funcional na reabilitação fisioterapêutica do membro superior de pacientes posteriormente ao Acidente Vascular Encefálico. Foi realizada uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados nas bases de dados Science Direct, MEDLINE e PEDro. A qualidade metodológica dos estudos foi avaliada através da escala Physiotherapy Evidence Database (PEDro). Os resultados encontrados demonstraram que a estimulação elétrica funcional é eficaz na melhora da função motora e diminuição de tônus, principalmente das articulações de punho e mão. Além disso, pode ser utilizada na prevenção da dor e subluxação do ombro e também quando associada ao movimento ou intenção voluntária do paciente, aumenta a participação nas atividades de vida diária e melhora a qualidade de vida. A relevância da divulgação desses achados, está no fato de relatar a importância da utilização da estimulação elétrica funcional na reabilitação do paciente pós-acidente vascular encefálico conduzida pelo fisioterapeuta.

Biografia do Autor

Andréia Caroline Fernandes Salgueiro, Universidade Federal do Pampa

Pós-doutoranda em Educação em Ciências, onde investiga o uso de Metodologias Ativas e Tecnologias Digitais no Ensino. Doutora em Bioquímica (2017) com tese defendida na linha de investigação etnofarmacológica e avaliação dos efeitos de plantas medicinais em modelos experimentais de Diabetes mellitus. Bacharel em Fisioterapia (2011) pela Universidade Federal do Pampa. Foi docente temporária do Curso de Fisioterapia da UNIPAMPA (2017-2019). É pesquisadora do Grupo de Estudos em Nutrição, Saúde e Qualidade de Vida (GENSQ). Atualmente, é docente colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências, Química da Vida e Saúde (UNIPAMPA), onde orienta na linha de pesquisa Educação Científica: Processos de Ensino e Aprendizagem na Escola, Universidade e Laboratório.

Maurício Tatsch Ximenes Carvalho, Centro Universitário da Região da Campanha

Fisioterapeuta pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Mestre em Reabilitação Funcional (UFSM). Docente no curso de Fisioterapia do Centro Universitário da Região da Campanha (Campus Bagé). Foi professor temporário na Universidade Federal do Pampa (Campus Uruguaiana). Tem experiência na área de fisioterapia e em docência no ensino superior, atuando principalmente nos seguintes temas: mobilização precoce do paciente em ventilação mecânica, avaliação muscular através da ultrassonografia e recursos eletrotermofototerapêuticos.

Referências

Ambrosini, E., Ferrante, S., Pedrocchi, A., Ferrigno, G., & Molteni, F. (2011). Cycling induced by electrical stimulation improves motor recovery in postacute hemiparetic patients: a randomized controlled trial. Stroke, 42(4), 1068-1073.

Benjamin, E. J., Blaha, M. J., Chiuve, S. E., Cushman, M., Das, S. R., Deo, R., ... & Jiménez, M. C. (2017). Heart disease and stroke statistics-2017 update: a report from the American Heart Association. Circulation, 135(10), e146-e603.

Chen, C. M., Tsai, C. C., Chung, C. Y., Chen, C. L., Wu, K. P., & Chen, H. C. (2015). Potential predictors for health-related quality of life in stroke patients undergoing inpatient rehabilitation. Health and quality of life outcomes, 13, 118.

Cui, B. J., Wang, D. Q., Qiu, J. Q., Huang, L. G., Zeng, F. S., Zhang, Q., ... & Sun, Q. S. (2015). Effects of a 12-hour neuromuscular electrical stimulation treatment program on the recovery of upper extremity function in sub-acute stroke patients: a randomized controlled pilot trial. Journal of physical therapy science, 27(7), 2327-2331.

Bolton, D. A., Cauraugh, J. H., & Hausenblas, H. A. (2004). Electromyogram-triggered neuromuscular stimulation and stroke motor recovery of arm/hand functions: a meta-analysis. Journal of the neurological sciences, 223(2), 121-127.

Demir, Y., Alaca, R., Yazicioğlu, K., Yaşar, E., & Tan, A. K. (2018). The Effect of Functional Electrical Stimulation on Stroke Recovery: A Randomized Controlled Trial. Journal of Physical Medicine & Rehabilitation Sciences/Fiziksel Tup ve Rehabilitasyon Bilimleri Dergisi, 21(2).

Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. Editora Atlas SA.

Hara, Y., Ogawa, S., & Muraoka, Y. (2006). Hybrid power-assisted functional electrical stimulation to improve hemiparetic upper-extremity function. American journal of physical medicine & rehabilitation, 85(12), 977-985.

Hatem, S. M., Saussez, G., della Faille, M., Prist, V., Zhang, X., Dispa, D., & Bleyenheuft, Y. (2016). Rehabilitation of motor function after stroke: a multiple systematic review focused on techniques to stimulate upper extremity recovery. Frontiers in human neuroscience, 10, 442.

Hayward, K. S., & Brauer, S. G. (2015). Dose of arm activity training during acute and subacute rehabilitation post stroke: a systematic review of the literature. Clinical rehabilitation, 29(12), 1234-1243.

Howlett, O. A., Lannin, N. A., Ada, L., & McKinstry, C. (2015). Functional electrical stimulation improves activity after stroke: a systematic review with meta-analysis. Archives of physical medicine and rehabilitation, 96(5), 934-943.

Hu, X. L., Tong, R. K. Y., Ho, N. S., Xue, J. J., Rong, W., & Li, L. S. (2015). Wrist rehabilitation assisted by an electromyography-driven neuromuscular electrical stimulation robot after stroke. Neurorehabilitation and neural repair, 29(8), 767-776.

Hughes, A. M., Freeman, C. T., Burridge, J. H., Chappell, P. H., Lewin, P. L., & Rogers, E. (2010). Shoulder and elbow muscle activity during fully supported trajectory tracking in people who have had a stroke. Journal of Electromyography and Kinesiology, 20(3), 465-476.

Hughes, A. M., Burridge, J. H., Demain, S. H., Ellis-Hill, C., Meagher, C., Tedesco-Triccas, L., ... & Swain, I. (2014). Translation of evidence-based assistive technologies into stroke rehabilitation: users’ perceptions of the barriers and opportunities. BMC health services research, 14(1), 124.

Hsu, S. S., Hu, M. H., Wang, Y. H., Yip, P. K., Chiu, J. W., & Hsieh, C. L. (2010). Dose-response relation between neuromuscular electrical stimulation and upper-extremity function in patients with stroke. Stroke, 41(4), 821-824.

Jang, Y. Y., Kim, T. H., & Lee, B. H. (2016). Effects of brain–computer interface‐controlled functional electrical stimulation training on shoulder subluxation for patients with stroke: a randomized controlled trial. Occupational therapy international, 23(2), 175-185.

Jeon, S., Kim, Y., Jung, K., & Chung, Y. (2017). The effects of electromyography-triggered electrical stimulation on shoulder subluxation, muscle activation, pain, and function in persons with stroke: A pilot study. NeuroRehabilitation, 40(1), 69-75.

Kim, T., Kim, S., & Lee, B. (2016). Effects of action observational training plus brain–computer interface‐based functional electrical stimulation on paretic arm motor recovery in patient with stroke: a randomized controlled trial. Occupational therapy international, 23(1), 39-47.

Knutson, J. S., Hisel, T. Z., Harley, M. Y., & Chae, J. (2009). A novel functional electrical stimulation treatment for recovery of hand function in hemiplegia: 12-week pilot study. Neurorehabilitation and neural repair, 23(1), 17-25.

Lee, Y. Y., Lin, K. C., Cheng, H. J., Wu, C. Y., Hsieh, Y. W., & Chen, C. K. (2015). Effects of combining robot-assisted therapy with neuromuscular electrical stimulation on motor impairment, motor and daily function, and quality of life in patients with chronic stroke: a double-blinded randomized controlled trial. Journal of neuroengineering and rehabilitation, 12(1), 96.

Lin, Z., & Yan, T. (2011). Long-term effectiveness of neuromuscular electrical stimulation for promoting motor recovery of the upper extremity after stroke. Journal of rehabilitation medicine, 43(6), 506-510.

Linde, K., & Willich, S. N. (2003). How objective are systematic reviews? Differences between reviews on complementary medicine. Journal of the royal society of medicine, 96(1), 17-22.

Lima, M. O., Lima, F. P. S., Freitas, S. T. T., Ribeiro, S. R., Tortoza, C., Lucareli, J. G., ... & Martins, R. L. (2008). Efecto de la estimulación eléctrica neuromuscular y de los ejercicios isotónicos en los músculos flexores y extensores de la rodilla en pacientes hemipléjicos. Revista de Neurología, 46(3), 135-8.

Malešević, N. M., Maneski, L. Z. P., Ilić, V., Jorgovanović, N., Bijelić, G., Keller, T., & Popović, D. B. (2012). A multi-pad electrode based functional electrical stimulation system for restoration of grasp. Journal of neuroengineering and rehabilitation, 9(1), 66.

McHugh, G., Swain, I. D., & Jenkinson, D. (2014). Treatment components for upper limb rehabilitation after stroke: a survey of UK national practice. Disability and rehabilitation, 36(11), 925-931.

Maher, C. G., Sherrington, C., Herbert, R. D., Moseley, A. M., & Elkins, M. (2003). Reliability of the PEDro scale for rating quality of randomized controlled trials. Physical therapy, 83(8), 713-721.

Marquez-Chin, C., Bagher, S., Zivanovic, V., & Popovic, M. R. (2017). Functional electrical stimulation therapy for severe hemiplegia: Randomized control trial revisited: La simulation électrique fonctionnelle pour le traitement d’une hémiplégie sévère: un essai clinique aléatoire revisité. Canadian Journal of Occupational Therapy, 84(2), 87-97.

Meilink, A., Hemmen, B., Seelen, H. A. M., & Kwakkel, G. (2008). Impact of EMG-triggered neuromuscular stimulation of the wrist and finger extensors of the paretic hand after stroke: a systematic review of the literature. Clinical rehabilitation, 22(4), 291-305.

Murray, C. J., Vos, T., Lozano, R., Naghavi, M., Flaxman, A. D., Michaud, C., ... & Aboyans, V. (2012). Disability-adjusted life years (DALYs) for 291 diseases and injuries in 21 regions, 1990–2010: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2010. The lancet, 380(9859), 2197-2223.

National Institute of Neurological Disorders and Stroke (NINDS), (2019). Acesso em 24 de setembro, em: http://www.ninds.nih.gov/disorders/stroke/stroke.htm.

Pandian, J. D., Gall, S. L., Kate, M. P., Silva, G. S., Akinyemi, R. O., Ovbiagele, B. I., ... & Thrift, A. G. (2018). Prevention of stroke: a global perspective. The Lancet, 392(10154), 1269-1278.

Pollock, A., Farmer, S. E., Brady, M. C., Langhorne, P., Mead, G. E., Mehrholz, J., & van Wijck, F. (2014). Interventions for improving upper limb function after stroke. Cochrane Database of Systematic Reviews, 11, CD010820.

Quandt, F., & Hummel, F. C. (2014). The influence of functional electrical stimulation on hand motor recovery in stroke patients: a review. Experimental & translational stroke medicine, 6(1), 9.

Shiwa, S. R., Costa, L. O. P., Moser, A. D. D. L., Aguiar, I. D. C., & Oliveira, L. V. F. D. (2011). PEDro: a base de dados de evidências em fisioterapia. Fisioterapia em Movimento, 24(3), 523-533.

Thrasher, T. A., Zivanovic, V., McIlroy, W., & Popovic, M. R. (2008). Rehabilitation of reaching and grasping function in severe hemiplegic patients using functional electrical stimulation therapy. Neurorehabilitation and neural repair, 22(6), 706-714.

Vafadar, A. K., Côté, J. N., & Archambault, P. S. (2015). Effectiveness of functional electrical stimulation in improving clinical outcomes in the upper arm following stroke: a systematic review and meta-analysis. BioMed research international, 2015.

Van Peppen, R. P., Kwakkel, G., Wood-Dauphinee, S., Hendriks, H. J., Van der Wees, P. J., & Dekker, J. (2004). The impact of physical therapy on functional outcomes after stroke: what's the evidence?. Clinical rehabilitation, 18(8), 833-862.

Yuzer, G. F. N., Dönmez, B. K., & Özgirgin, N. (2017). A randomized controlled study: effectiveness of functional electrical stimulation on wrist and finger flexor spasticity in hemiplegia. Journal of Stroke and Cerebrovascular Diseases, 26(7), 1467-1471.

Karaahmet, O.Z., Eksioglu, E., Gurcay, E., Bora Karsli, P., Tamkan, U., Bal, A., & Cakcı, A. (2014). Hemiplegic shoulder pain: associated factors and rehabilitation outcomes of hemiplegic patients with and without shoulder pain. Topics in stroke rehabilitation, 21(3), 237-245.

Zheng, Y., Mao, M., Cao, Y., & Lu, X. (2019). Contralaterally controlled functional electrical stimulation improves wrist dorsiflexion and upper limb function in patients with early-phase stroke: A randomized controlled trial. Journal of rehabilitation medicine, 51(2), 103-108.

Downloads

Publicado

05/05/2020

Como Citar

LARA, L. V. de; SALGUEIRO, A. C. F.; CARVALHO, M. T. X. Estimulação elétrica funcional na reabilitação do membro superior de pacientes pós - Acidente Vascular Encefálico: revisão sistemática. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 7, p. e168973856, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i7.3856. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/3856. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

v. 9 n. 7

Seção

Ciências da Saúde

Licença

Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:

1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.

2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.

3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.