A leitura das ações do Estado-Providência nas Mensagens do Governo potiguar na Primeira República
DOI:
https://doi.org/10.17648/rsd-v7i9.396Palavras-chave:
Instrução pública; Elites Culturais; História da Educação; História Política.Resumo
No decurso da Primeira República, o Rio Grande do Norte viveu forte influência dos ideais do Estado-Providência, onde a instrução pública figurou como uma das principais medidas adotadas para a realização de um novo processo civilizador, pautado nos ideais positivistas de ordem e progresso, conforme Alfredo Bosi. O corpus documental estudado pertence à categoria das fontes históricas oficiais, de modo que as Mensagens do Governo foram percebidas enquanto produto da Elite Cultural que governava o Estado. Para Jean-François Sirinelli, as Elites Culturais são dotadas de poder, influência e notoriedade. Nesse sentido, objetiva-se pesquisar a atuação do Estado-Providência no desenvolvimento do ensino na Primeira República, a partir das discussões da Elite Cultural presentes nas Mensagens anuais da administração pública potiguar. Em um primeiro momento, o ensino ofertado foi duramente criticado. Entretanto, foi observado que a partir do ano de 1907, este panorama começou a se transformar com a autorização para a Reforma do Ensino e a criação dos Grupos Escolares, o que fomentou um novo impulso progressista que resultou na consolidação da cultura escolar no Rio Grande do Norte, de acordo com os moldes propostos por Dominique Julia. Já no último ano estudado, o ensino foi aclamado pela sua eficiência. Por fim, conclui-se que nas falas das Elites Culturais governantes, a situação da educação ofertada pelo Estado evoluiu consideravelmente no decurso da Primeira República, graças à ação decisiva do Estado-Providência.
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