Memórias vividas, histórias sentidas nas Américas e Áfricas: a invenção de um Museu Comunitário
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.4030Palavras-chave:
Museu comunitário; Alfabetização; Ancestralidade; Prática pedagógica; Países de língua portuguesa.Resumo
Este artigo analisa a invenção de um Museu Comunitário com alunos da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) no Ceará. Esta experiência foi vivida a partir da componente curricular Alfabetização, Letramento e Bilinguismo nos Países da Integração no Curso de Pedagogia. A iniciativa teve como objetivo problematizar os processos de educação não-formal, informal e da escolarização dos discentes e seus antepassados, a partir de memórias vividas e histórias sentidas nas Américas e nas Áfricas, nas comunidades que fazem parte da cooperação solidária Sul-Sul. Revisitamos as experiências sistematizadas de museus comunitários, a literatura autobiográfica da infância e escolarização, a partir de escritores brasileiros e africanos e elegemos como categorias de análise a história sentida, memória vivida, tempo, espaço, educações e alfabetização. O estudo de natureza qualitativa, do tipo descritivo-analítico, centra-se na pesquisa autobiográfica e biográfica, com destaque para 21 narrativas de discentes, sendo 3 guineenses e 18 brasileiros. Como procedimentos de coleta de dados, destacamos a observação participante, registro iconográfico, avaliação individual da prática pedagógica e portfólios. O diálogo entre os estudantes propiciou a interpretação subjetiva e coletiva sobre a importância do resgate da ancestralidade no processo de formação docente e atuação dos futuros pedagogos em espaços escolares e não-escolares.
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