Adição de cápsulas de alginato de sódio contendo Lysinibacillus sphaericus para autocura de trincas em argamassas
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i3.40331Palavras-chave:
Argamassa; Fissuras; Biomineralização; Alginato de sódio; Esferificação.Resumo
A técnica de biomineralização para remediação de trincas em argamassas de construção pode ser realizada por meio da incorporação de bactérias calcificantes na matriz da argamassa. No entanto, a retração térmica e autógena associada à hidratação do cimento pode ser prejudicial à sobrevivência dos esporos bacterianos. O encapsulamento dos esporos em uma matriz, como hidrogéis superabsorventes, especificamente alginato de sódio, pode fornecer proteção contra essas condições prejudiciais, além de servir como reservatório de água para a atividade metabólica das células bacterianas. Este trabalho investigou a adição de cápsulas de alginato de sódio preparadas por esferificação em argamassas de construção, com o objetivo de preservar e otimizar as propriedades reológicas, físicas e mecânicas e liberar bactérias quando ocorrem trincas. As formulações de argamassa com cápsulas contendo Lysinibacillus sphaericus foram calculadas de forma a manter a distribuição granulométrica da formulação padrão, obtendo-se assim produtos com excelentes propriedades reológicas, físicas e mecânicas, e permitindo a adição de até 1% de cápsulas. A análise de variância multivariada foi aplicada em cada idade, mostrando que as formulações com cápsulas mantiveram as mesmas propriedades da fórmula original. Após a formação das trincas foi possível observar a ação das bactérias liberadas, por meio da formação de estruturas cristalinas nas trincas. As cápsulas foram preparadas através de um processo simples e barato; além disso a sua adição não afetou as propriedades do concreto e protegeu eficazmente as bactérias tanto durante a mistura e endurecimento, quanto na liberação após a fissuração.
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