Uso de telefarmácia para atenção a pessoas com doenças crônicas transmissíveis: uma revisão de escopo
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i3.40719Palavras-chave:
Telemedicina; Cuidados Farmacêuticos; Doenças Transmissíveis; Revisão.Resumo
Serviços clínicos providos por farmacêuticos são atividades cujo objetivo é otimizar o uso de medicamentos, de modo a garantir sua efetividade e segurança. A oferta destes serviços pode acontecer em diversos cenários de maneira presencial ou remota. A pandemia de Covid-19 expandiu a experiência de utilização da telefarmácia para continuidade da atenção a pacientes com doenças crônicas. Nesse sentido, esta revisão de escopo analisa perspectivas para provisão de serviços clínicos por farmacêuticos, por via remota, no cuidado de pessoas com infecções crônicas transmissíveis. Métodos: As buscas foram realizadas em outubro de 2021, em sete fontes de literatura, utilizando-se uma combinação de palavras-chave estruturadas a partir do acrônimo PCC, ou seja, População (pessoas com doenças crônicas transmissíveis, especialmente hepatite B), Conceito (telemedicina ou telefarmácia), Contexto (serviços clínicos providos por farmacêuticos, em ambulatórios, domicílios ou farmácias comunitárias). Resultados: De 428 registros identificados nas buscas, foram selecionados 6 estudos de acordo com os critérios de elegibilidade, com exemplos de diversos serviços clínicos e avaliação de desfechos como satisfação dos pacientes, adesão ao tratamento, resultados clínicos e econômicos. Conclusão: As iniciativas de telefarmácia podem ser altamente satisfatórias, do ponto de vista de profissionais e usuários, apresentando vantagens e algumas limitações. No entanto, foram identificados poucos estudos em que o farmacêutico atua no acompanhamento de pessoas portadoras de doenças crônicas transmissíveis. Desta forma, é importante a condução de estudos de implementação e estudos metodologicamente mais robustos que avaliem a efetividade e o impacto do uso da telefarmácia nos sistemas de saúde.
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