Impacto da intensidade da dor lombar gestacional na qualidade de vida, qualidade do sono, funcionalidade, ansiedade e depressão
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i4.40965Palavras-chave:
Lombalgia; Fisioterapia; Gravidez; Qualidade de vida.Resumo
Introdução: A dor lombar gestacional (DLG) possui impacto nas atividades de vida diária, no entanto, ainda não está estabelecido o impacto da sua intensidade em desfechos clínicos. Objetivos: Verificar a relação e impacto da intensidade da DLG na qualidade de vida (QV) e sono (QS), funcionalidade e ansiedade e depressão. Métodos: Gestantes a partir de 20 semanas de gestação preencheram o questionário de caracterização amostral e responderam a cinco questionários para avaliação da dor (Escala Visual Analógica), QV (Medical Outcomes Short Form Health Survey – 36item), QS (Pittsburg Sleep Quality Index), funcionalidade (Oswestry Disability Index), ansiedade e depressão (Hospital Anxiety and Depression Scale). Foram divididas em grupo com DLG (GDLG) e sem DLG (GC), o grupo GDLG foi estratificado pela intensidade da dor, em leve (EVA≤3, GDLG-L) e moderada a forte (EVA>3, GDLG-MF). Resultados: 75 gestantes foram incluídas, 75% no GDLG (n=56, 30[27-34] anos) e 25% no GC (n=19, 32[30-34] anos). O GDLG apresentou piores indices de QV, QS, funcionalidade, ansiedade e depressão comparada ao GC (p<0,05). O GDLG-MF (n=32) apresentou pior QS (p=0,006), funcionalidade (p<0,0001), ansiedade e depressão comparadas ao GC (p<0,05) e apresenta pior QV (p<0,05) comparada ao GDLG-L (n=24). GDLG-L apresentou pior funcionalidade (p<0,001) comparado ao GC. A DLG obteve moderada correlação com a funcionalidade (r=0,56; p<0,0001). Conclusão: Mulheres com moderada a forte DLG apresentaram pior QV, QS, funcionalidade, maior ansiedade e depressão comparadas ao GC, a DLG leve possui impacto na funcionalidade e a intensidade da dor possui moderada correlação com a funcionalidade.
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