A coemergência da lontra neotropical na realidade construída da UHE Caconde
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i5.41109Palavras-chave:
Lontra longicaudis; Emergia; Biodiversidade; Lagos; Sustentabilidade.Resumo
A análise emergética pode ser aplicada para estabelecer a relação entre o ecossistema natural e o sistema econômico, na análise e conservação da biodiversidade e da sustentabilidade de grandes corpos água. O propósito desta pesquisa é examinar a ocorrência de lontras neotropicais na UHE Caconde (SP) através de uma análise sistêmica com base no fluxo de energia entre os diferentes compartimentos ecológicos. Os dados foram coletados de diversas fontes, incluindo anuários estatísticos oficiais locais, inventários, dissertações, teses, artigos publicados, e relatórios da UHE Caconde. A intensidade da presença da lontra neotropical nos locais de amostragem é determinada pelo registro positivo ou negativo da espécie e pela quantidade de excrementos registrados ao longo do tempo. Dos 56 pontos monitorados, 50% acusaram a presença da espécie. Os resultados mostram que houve uma diferença significativa no número de excrementos ao longo dos meses. A medida da biodiversidade em Joules posiciona os mamíferos em primeiro lugar com 2,0E+23 seJ/espécie, seguido dos anfíbios (1,3E+23 seJ/espécie), répteis (1,0E+23 seJ/espécie), aves (5,2E+22 seJ/espécie), e peixes (1,1E+22 seJ/espécie). As fontes renováveis são dominadas pela chuva geopotencial e transpiração, 233 e 139 milhões de emdólares, respectivamente. Essas fontes de energia são seguidas pela chuva química potencial (em$139 milhões), escoamento superficial da água (em$98 milhões), e vento (em$268 mil). A presença da Lontra longicaudis no lago da UHE Caconde e principais tributários tem papel de destaque entre os principais ativos ambientais. Apresenta como principal característica a originação dependente, resultado de uma rede trófica, que segue uma ordem energética no sistema.
Referências
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