Apontamentos sobre branquitude e privilégios

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v12i4.41344

Palavras-chave:

Branquitude; Privilégios; Relações étnico-raciais; Racismo.

Resumo

Esse estudo tem como objetivo discutir e refletir sobre os privilégios da branquitude, bem como, discutir se o acesso a oportunidades e privilégios são atribuídos da mesma maneira a todas as pessoas; investigar os mecanismos que legitimam e perpetuam as desigualdades raciais; problematizar a posição da pessoa branca nas discussões das relações raciais.  O presente artigo realiza uma abordagem metodológica com base na revisão bibliográfica de estudos sobre relações raciais, problematizando a falta de estudos e da participação e reconhecimento de uma branquitude nessas relações.  Concluímos que a branquitude é, portanto, a representação do branco como padrão universal de humanidade, a norma, o que garante as pessoas brancas privilégios na sociedade. A partir desse artigo pudemos observar que para quem historicamente possuí o poder, os privilégios e vantagens raciais e sociais, toda e qualquer reivindicação de igualdade social, cultural e política é uma possível ameaça à cultura hegemônica da branquitude que ocupa e sempre seu lugar de privilégio. É preciso que as pessoas brancas reflitam que a branquitude foi construída como lugar racial da superioridade, fazendo-se necessário também abolir a concepção de ser superior, reconhecendo seus privilégios e do seu grupo, criticando isso, e fazendo parte da luta antirracista.

Referências

Adorno, S. (1995) Discriminação racial e justiça criminal em São Paulo. Novos Estudos, 43, 45-63.

Bento, M. A. S. (2002). Pactos narcísicos no Racismo: branquitude e poder nas organizações empresariais e no poder. Tese de Doutorado no Instituto de Psicologia; Universidade de São Paulo.

Bento, M. A. S. (2002). Branqueamento e Branquitude no Brasil. In: Carone, Iray & Bento, Maria A. S. (orgs.). A psicologia social do racismo: estudos sobre branquitude e braqueamento no Brasil. Vozes.

Borges, T. R. S. (2022). Mulheres brancas, branquitude e afeto: reflexões acerca de performances raciais e afetivas brancas, o sentir crítico e o fazer

Acadêmico Tese (doutorado) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Campos, L; França, D. & F. Junior. R, J. (2018). Relatório das Desigualdades de Raça, Gênero e Classe (GEMAA), (2), 1-18.

Cardoso, L. (2010). Branquitude acrítica e crítica: A supremacia racial e o branco anti-racista. Revista Latino-americana de Ciências Sociais, 8 (1), 607-630, jul.

Carone, I. (2002). Breve histórico de uma pesquisa psicossocial sobre a questão racial brasileira. In: Carone, I., & Bento, M. A. S. (orgs.). A psicologia social do racismo: estudos sobre branquitude e braqueamento no Brasil. Petrópolis: Vozes.

Ercole, F. F., Melo, L. S., & Alcoforado, C. L. G. C. (2014). Revisão Integrativa versus Revisão Sistemática. Rev Min Enferm.jan/mar; 18(1), 9-11.

Foucault, M. (1999). Em defesa da sociedade. Martins Fontes.

Frankenberg, R. (1995). A miragem de uma branquidade não-marcada. In: Ware Vron (org.).

Frankenberg, R. (2004). A miragem de uma Branquitude não marcada. In V. Ware (Org.), Branquidade, identidade branca e multiculturalismo (V. Ribeiro, trad., pp. 307-338.). Garamond.

Kilomba, G. (2012). Plantation Memories: Episodes of everyday racism. Müster: Unrast.

Mcintosh, P. (1989). White Privilege: Unpacking the Invisible Knapsack. Peace and Freedom Magazine, 1989, pp. 10-12.

Mcintosh, P. (1990). Interactive Phases of Curricular and Personal Re-vision with Regard to Race. Wellesley.

Passos, A. H. I. (2013). Um estudo sobre branquitude no contexto de reconfiguração das relações raciais no Brasil, 2003-2013. [Tese de Doutorado], Departamento do Serviço Social da PUC, Rio de Janeiro.

Piza, E. (2002). Porta de vidro: uma entrada para branquitude. In I. Carone & M. A. Bento (Orgs.) Psicologia Social do racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Vozes, p. 59-90.

Schucman, L. V. (2012). Entre o encardido, o “branco” e o “branquíssimo”: raça, hierarquia e poder na construção da branquitude paulistana. 2012. 122 f. Tese (Doutorado em Psicologia Social), Universidade de São Paulo, São Paulo.

Schucman, L. V. (2014). Sim, nós somos racistas: estudo psicossocial da branquitude paulistana. Psicol. Soc., 26(1), 83-94.

Sovik, L. (2004). Aqui ninguém é branco: hegemonia branca e media no Brasil. In: Ware, Vron. Branquidade: identidade branca e multiculturalismo. Rio de Janeiro: Garamond.

Theodoro. C. L. M. (2020). A reação racista das elites contra o sistema de cotas nas universidades. Research, Society and Development, [S. l.], 9(3), e59932372

Downloads

Publicado

16/04/2023

Como Citar

FERNANDES, N. C. Apontamentos sobre branquitude e privilégios. Research, Society and Development, [S. l.], v. 12, n. 4, p. e24112441344, 2023. DOI: 10.33448/rsd-v12i4.41344. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/41344. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais