Estimulação cognitiva e motora para pessoas que convivem com insuficiência cardíaca: estudo quase-experimental
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.4138Palavras-chave:
Insuficiência Cardíaca; Cognição; Autocuidado; Depressão; Qualidade de Vida.Resumo
Objetivo: Verificar o efeito de um programa de estimulação cognitiva e motora no autocuidado, qualidade de vida, depressão, capacidade funcional e cognição de pacientes com insuficiência cardíaca crônica. Metodologia: Trata-se de um estudo quase-experimental do tipo antes e depois, com amostra de 21 pacientes de uma clínica especializada em tratamento de insuficiência cardíaca localizada no estado do Rio de Janeiro. Os pacientes receberam a intervenção de estimulação cognitiva e motora, através de um programa realizado semanalmente, com oito sessões de 90 minutos que consistiu em jogos cooperativos, pedagógicos, dinâmica de grupo e dança circular. Os desfechos avaliados foram as habilidades de autocuidado, qualidade de vida, depressão, atividades de vida diária e cognição. A análise estatística ocorreu através da análise de frequências, média, mediana, Foram utilizados testes paramétricos (T-Student Pareado) e não paramétricos (Wilcoxon) considerando o valor de p bivariado <0,05. A amostra final dispôs de 21 pacientes, com idade média de 67,92±11,48. Resultado: Apesar do desfecho primário autocuidado não ter apresentado melhora (p=0,175), os dados pré e pós-intervenção mostraram melhorias significativas nos desfechos cognição (p≤0,05), qualidade de vida (p≤0,05) e depressão (p≤0,05) mostrando alto efeito da intervenção com significância. Conclusão: Os participantes evoluíram positivamente nos desfechos cognição, depressão e qualidade de vida. Já os desfechos autocuidado e atividades de vida diária não tiveram significância estatística em seus escores. Evidenciando a importância de se realizarem novos estudos e aprofundamento de pesquisas no campo da cognição e a IC.
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