Atualizações acerca dos mecanismos etiopatogênicos que promovem a infertilidade associada a endometriose: uma revisão de literatura
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i5.41462Palavras-chave:
Endometriose; Infertilidade; Etiologia; Patologia.Resumo
Introdução: Hoje, sabe-se que a endometriose é uma doença ginecológica crônica, de caráter inflamatório, marcada pela presença de tecido endometrial fora do útero (ectópico), dependente de estrogênio. A endometriose pode ser classificada em superficial, ovariana e profunda, além da extrapelvica e é marcada principalmente por dispareunia, dismenorreia, disuria, disquezia e infertilidade (um desafio para 30 a 50% dessas mulheres). Objetivo: Identificar os mecanismos etiopatogênicos que poderiam justificar a prevalência da infertilidade em mulheres com endometriose. Materiais e Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura acerca das novas evidências que justificam a infertilidade em mulheres com endometriose. Utilizou-se a estratégia PICO para a elaboração da pergunta norteadora. Ademais, realizou-se o cruzamento dos descritores “endometriose”, “infertilidade”, “patogênese” e “etiologia”, nas bases de dados National Library of Medicine (PubMed MEDLINE), Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Google Scholar e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Resultados e Discussão: O ambiente proporcionado pela endometriose promove diversas alterações, entre elas: o alto caráter inflamatório, o desbalanço de citocinas, o estresse oxidativo e alteração do fluido folicular e do peritoneal. O sistema imune parece estar prejudicado, com alteração da função da maioria das células imunes. Desbalanço hormonal, fatores genéticos e epigenéticos também são fundamentais. Conclusão: A associação entre a infertilidade e a endometriose parece prejudicar a concepção devido a alteração do fluido folicular e da foliculogênese, a redução da qualidade dos oocitos, a alteração da janela de implantação, a alterações espermáticas e a disfunção de células ciliares.
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