Ensino básico na perspectiva de epistemologias decoloniais no Brasil e na américa latina: cultura e saber em educação em ciências no currículo decolonial em ação na educação escolar quilombola

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v12i5.41536

Palavras-chave:

Educação em ciências; Quilombolas; Saberes; Decolonial; Currículo; Alunos.

Resumo

A Educação Escolar Quilombola tem sua gênese decolonial em todo processo educativo, na qual tem como propositura um ensino que valoriza e reconhece nas práticas educativas fincadas na base teórica no saber ancestral em Ciências construídas pelos coletivos de sujeitos em seus territórios etnoeducacionais e, justifica-se com base na Lei 10.639/2003 e nas suas Diretrizes específicas. O artigo configura-se em apresentar em situações de aprendizagem no currículo em ação no ensino da citada disciplina, tendo como fio condutor seus saberes socioculturais. A questão norteadora guisa da pesquisa foi: se o ensino mediado com prática pedagógica, metodológica e didática com epistemologia decolonial e dentro de suas culturas e saberes tem potencialidade para o ensino de seus saberes tradicional em Ciências? A pesquisa enquadra na abordagem qualitativa e nos procedimentos da pesquisa participante realizada em 2022 com alunos dos anos finais do Ensino Fundamental, numa Escola da Rede Pública Municipal localizada no Estado do Espírito Santo-ES. A técnica de coleta de dados foi entrevista semiestruturadas com um grupo focal e observações não participantes das aulas de Ciências. Os dados foram analisados por meio da análise dos conteúdos; Verifica-se que no currículo em ação, o ensino de Ciências teve alinhamento concordância com os marcos jurídicos e educacionais atuais. Verificou-se nas observações o uso do saber ancestral decolonial em Ciências dos anciãos acerca da produção do beju nas aulas práticas sobre açúcares com articulação com os conhecimentos científicos. Concluímos que o ensino decolonial corroborou para o fortalecimento da identidade étnica e cultural dos alunos.

Referências

Andrade, P. G. R. (2018). A educação no quilombo e os sabres do quilombo na escola. Curitiba: Appris.

Andre, M. E. D. A. (2012). Etnografia da prática escolar. Papirus.

Althusser, L (1998). Aparelhos ideológicos do Estado. (5a ed.). Edições Graal.

Apple, M. W., & Buras, K. (2008). Currículo poder e disputas educacionais, com a palavra, os subalternos. Vozes.

Baldauf, C. (2020). A etnobiologia e as diferentes visões sobre a conservação da biodiversidade e diversidade biocultural.

Bardin, L. (2011). Análise do conteúdo. 70 Edições.

Ballestrin, L. (2013). América Latina e o giro decolonial. RBCP, Brasília, 61(31), 89-117.

Benite, A. M. C.et al. (2020). Descolonização de currículos e a lei 10.639/2003. Livraria da Física.

Bogo, A (2010). Identidade e luta de classes. (2a ed.). Editora Expressão Popular

Bourdieu, P (1975). A reprodução. Elementos para uma teoria do sistema de ensino. Franciso Alves

Brasil (2013). Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica. Brasília

Brasil. (2003). História e Cultura Afro- Brasileira e Africana. Brasília.

Brasil. (2010). CNE/CEB. N° 2, Brasília.

Brasil. (2010). CNE/CEB. n° 5, Brasília.

Brasil. (2010). CNE/CEB n°7, Brasília.

Brasil. (2007) Decreto n° 6 6.040, Brasília.

Brasil. (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília.

Brasil. (2020). Censo escolar da educação básica. Brasília.

Brasil (2012). Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Escolar Quilombola.Brasília.

Castro, M. S. C (2006). Um bairo Afro-italiano:comunicação,cultura e construção da identidade étnica. (Dissertação de Mestrado)

Chassot, A. C (2001). Alfabetização científica: questões e desafios para a educação. Ijuí: UNIJUÍ

Chauí, M (2000). Convite à filosofia. Ática.

Chimamanda,N. A. (2019). O perigo da história única. Companhia das Letras.

Corazza, S. M (2010). Os sentidos do currículo. Revista Teias. 11(22), 149-164.

Diago, O. L. S. (2020). Etnobotânica: aplicações às novas pedagogias do sul. Conferência Internacional de Etnobotânica.

Freire, P. (2017). Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. (53a ed.). Companhia das Letras.

Gil, A. C (2019). Métodos e Técnicas da pesquisa social. (6a ed.). Atlas.

Geertz, C (2004). O saber local: novos ensaios em antropologia interpretativa. (7a ed.). Vozes

Geertz, C. (2014). O saber local. (14a ed.). Vozes.

Gonçalves, P. B. S (2001). Aprendizagens e ensino das africanidades brasileiras.Brasília

Hall, S (2013). Da diáspora identidades e mediações culturais. (2a ed.). Editora. Ufmg

Lopes, A. R. C (1999). Conhecimento escolar: Ciência e Cotidiano. UERJ

Lucena, C. M., & Lucena, R. F. P. (2020). História, definição e importância da etnobotânica.

Kilomba, G. (2019). Mémorias da plantação: episódios de racismo no cotidiano. Cobogó.

Magalhães, T. G (2006). Oralidade na sala de aula: alguém fala sobre isso? Instrumento: Revista de Estudo e Pesquisa em Educação. EDUFJF

Mignolo, W. (2017). Colonialidade: o lado mais escuro da modernidade. RBCS. 37(94), 1-18.

Mignolo, W. (2008). Desobediência epistêmica: opção descolonial e o significado de identidade em política. Cadernos de Letras.

Moura, C (2001). Os quilombos na dinâmica social do Brasil. EDUFAL

Munanga, K (2004). Para entender o negro no Brasil: histórias, realidades,problemas e caminhos. São Paulo:Editora Global Educativa

O’dwyer, E.C (1995). Remanescentes de quilombos no Brasil.

Oit (2004). Organização Internacional do Trabalho

Oliveira, R. C (2006). Caminhos da identidade, ensaios sobre etnicidade e multiculturalismo.: unesp

Pereira, C. L., & Pereira, M. R. S. (2020). Política de descolonização do currículo na formação de professores no Brasil e na América Latina. Revista RSD. 9(8), 1-21.

Pinheiro, B. C., & Rosa, K. (2018). Descolonização dos currículos de ciência e a lei n. 10.639/2003. Livraria da Física.

Quijano, A. (2005). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociales:perspectivas latino-americanas. Clasco.

Ratts, A. J. P (2003). A geografia das leituras culturais. Editora Alternativa.

Relatório do Banco Mundial. (2018). Afrodescendentes na América Latina: rumo a um marco de inclusão. Washington. Wordl Banl Publications

.

Ribeiro, D. Suma Etnobotânica Brasileira. Vozes, 1986.

Rolnik, R (1989). Territórios negros nas cidades brasileiras. Cadernos Cãndido Mendes, n 17

Santos, B. V. S., & Meneses, M. P. (2009). Epistemologias do sul. Palheira.

Schwidetzky, I (1955). Etnobiologia: bases para el estúdio biológico de los pueblos y el desarrollo de las sociedades. México: Fondo de Cultura Económica

Silveira, A. P. & Farias, C. C (2001). Estudo Etnobotânica na Educação Básica. Revista Ciência Agro técnica. 25(1), 102-123.

Silveira, A. P., Serafin, S. R. F & Siqueira, A. B (2011). Etnoecologia da pesca artesanal na lagoa do mirim. Curitiba

Silva, T. D (2011). da. Documentos de identidade. (4a ed.), Autêntica.

Silva, J. P. (2020). Estudos sobre a formação de professores de química numa aula experimental com abordagem decolonial. Tese de Doutorado (Universidade Federal de Goiás).

Silva, M. J (2003). Quilombos do Brasil central: violência e resistência escrava 1719-1888. Editora Kelps

Silva, J. A. (2018). Conhecimentos etnobiológicos e educação escolar quilombola: um olhar intercultural para o ensino de ciências. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Pernambuco.

Walsh, C. (2019). Interculturalidade e decolonialidade do poder: um pensamento e posicionamento- outro a partir da diferença colonial. RFDP. 5(1), 1-134.

Souza, E. P., Nunes, G. H. L & Melo, W. F. (2016). Memória, territorialidade e experiências de educação escolar quilombola. UFPel.

Downloads

Publicado

20/05/2023

Como Citar

PEREIRA, C. L. . Ensino básico na perspectiva de epistemologias decoloniais no Brasil e na américa latina: cultura e saber em educação em ciências no currículo decolonial em ação na educação escolar quilombola. Research, Society and Development, [S. l.], v. 12, n. 5, p. e11912541536, 2023. DOI: 10.33448/rsd-v12i5.41536. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/41536. Acesso em: 13 maio. 2024.

Edição

Seção

Ensino e Ciências Educacionais