Pobreza menstrual entre adolescentes de uma escola estadual em Rio Verde – Goiás

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v12i5.41629

Palavras-chave:

Direito à Saúde; Menstruação; Produtos de Higiene Menstrual; Saúde Pública.

Resumo

Objetivos: Investigar a prevalência e efeitos da pobreza menstrual entre adolescentes de uma escola estadual na cidade de Rio Verde – Goiás. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, observacional e descritivo realizado a partir da análise de questionários respondidos por estudantes do Ensino Fundamental e Médio de um centro de ensino estadual na cidade de Rio Verde. Foi utilizado como modelo o questionário validado “About the Menstrual Practice Needs Scale (MPNS-36)”. Resultados: No ambiente escolar, uma proporção significativamente menor das meninas sempre tinha acesso aos materiais menstruais (22,6%) e a um local limpo para realizar as trocas (34,8%) em comparação ao domicílio – 90,8% e 88,3%, respectivamente. 35,3% das participantes relataram ter faltado às aulas por estarem menstruadas, o que se correlacionou, sobretudo, com a preocupação de que o fluxo menstrual vazasse (78,6%). Ademais, 61% das adolescentes sempre e muitas vezes preocupavam-se de que alguém visse o descarte dos seus absorventes e 48,6% sempre recebem informações sobre o ciclo menstrual. Conclusões: A indisponibilidade de materiais de higiene menstrual no ambiente escolar, os tabus e a estigmatização acerca do ciclo menstrual mostraram-se fatores determinantes na prevalência da pobreza menstrual em Rio Verde – GO. Sendo assim, faz-se necessário o incentivo maciço em programas de saúde pública que garantam o acesso a dignidade menstrual.

Referências

Amaral, L. (2022). Após seis meses, governo segue sem previsão de distribuir absorventes a mulheres. https://www.cnnbrasil.com.br/saude/apos-seis-meses-governo-segue-sem-previsao-de-distribuir-absorventes-a-mulheres/

Assad, B. F. (2022). Políticas públicas acerca da pobreza menstrual e sua contribuição para o combate à desigualdade de gênero. Revista Antinomias, 8 (2), 140-146.

Beauvoir, S. (1949). O Segundo Sexo. (5a ed.).

Cardoso, L. F., Scolese, A. M., Hamidaddin, A., & Gupta, J. (2021). Period poverty and mental health implications among college-aged women in the United States. BMC Women’s Health, 21 (14), 1-7.

Chandra-Mouli, V., & Patel, S.V. (2017). Mapping the knowledge and understanding of menarche, menstrual hygiene and menstrual health among adolescent girls in low- and middle-income countries. Reproductive Health, 14 (1), 30.

Farage, M. A., Miller, K. W., & Davis, A. (2014). Cultural aspects of menstruation and menstrual hygiene in adolescents. Expert Review of Obstetrics & Gynecology, 6 (2), 127-139.

Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). (2021). Pobreza menstrual no Brasil: desigualdades e violações de direitos. https://www.unicef.org/brazil/relatorios/pobreza-menstrual-no-brasil-desigualdade-e-violacoes-de-direitos

Goiás. (2021). Lei n° 21.163, de 16 de novembro de 2021. Institui nos termos do art. 10 da Constituição do Estado de Goiás o Programa Goiano de Dignidade Menstrual. Assembleia Legislativa do Estado de Goiás. https://legisla.casacivil.go.gov.br/api/v2/pesquisa/legislacoes/104496/pdf

Goiás. (2021). Programa Dignidade Menstrual torna-se lei com sanção da Governadoria. https://portal.al.go.leg.br/noticias/121604/programa-dignidade-menstrual-torna-se-lei-com-sancao-da governadoria#:~:text=O%20Programa%20Goiano%20de%20Dignidade,cumprimento%20de%20pena%20nos%20regimes

Hennegan, J., Nansubuga, A., Smith, C., Redshaw, M., Akullo, A., & Schwab, K. J. Measuring menstrual hygiene experience: Development and validation of the Menstrual Practice Needs Scale (MPNS-36) in Soroti, Uganda. BMJ Open. (2020). http://dx.doi.org/10.1136/bmjopen-2019-034461

Hennegan, J., OlaOlorun, F. M., Oumarou, S., Alzouma, S., Guiella, G., Omoluabi, E., & Schwab, K. School and work absenteeism due to Menstruation in three West African countries: findings from PMA2020 surveys. (2021). Sexual and Reproductive Health Matter, 29 (1), 1-16.

Hennegan, J., Nansubuga, A., Smith, C., Redshaw, M., Akullo, A., & Schwab, K. J. The Menstrual Practice Needs Scale (MPNS-36): User Guide V1.0. (2020). https://www.menstrualpracticemeasures.org/

IBM Corp. Released. (2019). IBM SPSS Statistics for Windows, Version 26.0. Armonk, NY: IBM Corp.

Koeff E., Rierdan J. (1995). Early adolescent girl’s understanding of menstruation. Women Health, 22 (4), 1-21.

Lima, P. (2021). O que é pobreza menstrual e por que ela afasta estudantes das escolas? https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2021/07/o-que-e-pobreza-menstrual-e-por-que-ela-afasta-estudantes-das-escolas

Miiro, G., Rutakumwa R., Nakiyingi-Miiro J., Nakuya K., Musoke S., Namaluka J., Francis, S., Torondel, B., Gibson, L. J., Ross, D. A., & Weiss, H. A. (2018). Menstrual health and school absenteeism among adolescent girls in Uganda (MENISCUS): a feasibility study. BMC Women’s Health, 18 (4), 1-13.

Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Puberty Education & Menstrual Hygiene Management. (2014). https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000226792

Pereira, A. S., Shitsuka, D. M., Parreira, F. J., & Shitsuka, R. (2018). Metodologia da pesquisa científica. E-book.

Queiroz, N. (2015). Presos Que Menstruam. Record.

R Core Team (2022). R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria. https://www.R-project.org/

Rheinländer, T., Gyapong, M., Akpakli, D. E., & Konradsen, F. (2018). Secretes, Shame and Discipline: School Girls’ Experiences of Sanitation and Menstrual Hygiene Management in a Peri-Urban Community in Ghana. Health Care for Women International, 40 (1), 13-32.

Soeiro, R. E., Rocha, L., Surita, F. G., Bahamondes, L., & Costa, M. L. (2021). Period poverty: menstrual health hygiene issues among adolescent and young Venezuelan migrant women at the northwestern border of Brazil. Reproductive Health, 18 (238), 1-9.

Sommer, M. R. N., Hirsch, J. S., Nathanson, C., & Parker, R. G. (2015). Comfortably, Safely, and Without Shame: Defining Menstrual Hygiene Management as a Public Health Issue. American Journal of Public Health, 105 (7), 1302-1311.

Wall, L. L. (2020). Period Poverty in Public Schools: A Neglected Issue in Adolescent Health. Journal of Adolescent Health, 67, 315-316.

Wood, J. M. (2020). (In)Visible Bleeding: The Menstrual Concealment Imperative. The Palgrave Handbook of Menstruation Studies.

Downloads

Publicado

15/05/2023

Como Citar

LIMA, A. I. S. .; CARVALHO, A. L. P. .; ARANTES, A. P. B. .; FELTRIN, B. D. B. .; SOUZA, I. P. de .; KREIN, J. H. .; MACHADO, L. C. de S. . Pobreza menstrual entre adolescentes de uma escola estadual em Rio Verde – Goiás . Research, Society and Development, [S. l.], v. 12, n. 5, p. e15112541629, 2023. DOI: 10.33448/rsd-v12i5.41629. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/41629. Acesso em: 13 maio. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde