Percepções dos residentes a respeito do processo de territorialização
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i8.43003Palavras-chave:
Profissionais de saúde; Sistema único de saúde; Atenção primária à saúde.Resumo
Esse estudo teve como objetivo verificar as percepções de profissionais residentes em saúde a respeito do processo de territorialização, compreendida enquanto ferramenta que viabiliza a análise epidemiológica dos territórios vinculados às unidades de saúde e suas populações. Trata-se de um estudo exploratório, com abordagem qualitativa, do qual participaram 11 profissionais residentes em saúde atuantes em um município cearense, realizado entre fevereiro e abril de 2023. Os dados foram construídos a partir de entrevistas individuais semiestruturadas, abordando questões sobre a percepção dos informantes sobre o conceito, as potencialidades e fragilidades relacionadas ao processo de territorialização. Os dados obtidos junto aos informantes foram submetidos à análise de conteúdo. Os informantes associaram a territorialização enquanto processo que oportuniza o reconhecimento e aproximação com os locais de atuação. No eixo de potencialidades foram citados qualificação do cuidado e o conhecimento sobre a presença de dispositivos assistenciais disponíveis na rede de saúde municipal. No eixo das fragilidades, foram relacionadas a pandemia de COVID-19 e a resistência de alguns profissionais para a realização da territorialização. Assim, embora a territorialização seja percebido enquanto elemento facilitador do trabalho em saúde, as fragilidades percebidas demandam estratégias de qualificação desse processo.
Referências
Araújo, A. A. D. A., Silva, W. N. D. S., Melo, C. M. C. D. S., Silva, K. C. S., Barros, M. B. S. C., Monteiro, E. M. L. M., Ó, D. M. S. O. D., & Nunes, J. R. V. (2022). Ressignificação da territorialização na Estratégia Saúde da Família diante do distanciamento social provocado pela COVID-19. Enfermagem Brasil, 21(4), 388–399. https://doi.org/10.33233/eb.v21i4.4946.
Bezerra, C. D. P., & Linhares, Â. M. B. (2021). A saúde dos povos do mar: Faróis para a Estratégia Saúde da Família em comunidades pesqueiras do Nordeste brasileiro. Ciência & Saúde Coletiva, 26(5), 1603–1612. https://doi.org/10.1590/1413-81232021265.04262021.
Bezerra, R. K. C., Souza, D. L. de A., Silva, J. C. S., & Pinto, N. S. (2020). A territorialização como ferramenta para o cuidado em saúde: Territorialization as strategy for transformation in the territory. Cadernos ESP, 14(1), 84–88. https://cadernos.esp.ce.gov.br/index.php/cadernos/article/view/217.
Brasil (2012). Resolução n. 466, de 12 de dezembro de 2012. Aprova diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos (2012). Brasília, Diário Oficial da União; 12 dez. 2012. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2013/res0466_12_12_2012.html.
Brasil (2016). Resolução no 510, de 7 de abril de 2016. Trata sobre as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa em ciências humanas e sociais. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 maio 2016. https://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2016/Reso510.pdf.
Brasil (2017). Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2017. [internet]. http://www.brasilsus.com.br/index.php/legislacoes/gabinete -do--ministro/16247-portaria-n-2-436-de-21-de-setembro-de-2017.
Brasil (2017). Portaria de Consolidação nº 2, de 28 de Setembro de 2017. Consolidação das normas sobre as políticas nacionais de saúde do Sistema Único de Saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde, Diário Oficial da União [internet], 3 Out 2017. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0002_03_10_2017.html.
Calistro, M. D. O., Teixeira, Y., Lacerda, I. R. A. S., Sousa, S. M. D., Agostinho Neto, J., Duavy, S. M. P., & Brito Júnior, F. E. D. (2021). Territorialização com uso de georreferenciamento e estratificação de vulnerabilidade social familiar na Atenção Básica. Ciência & Saúde Coletiva, 26(6), 2141–2148. https://doi.org/10.1590/1413-81232021266.39402020.
Carneiro, E. M., Teixeira, L. M. S., & Pedrosa, J. I. D. S. (2021). A Residência Multiprofissional em Saúde: Expectativas de ingressantes e percepções de egressos. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 31(3), e310314. https://doi.org/10.1590/s0103-73312021310314.
Faria, R. M. D. (2020). A territorialização da Atenção Básica à Saúde do Sistema Único de Saúde do Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 25(11), 4521–4530. https://doi.org/10.1590/1413-812320202511.30662018.
Funcia, F., Bresciani, L. P., Benevides, R., & Ocké-Reis, C. O. (2022). Análise do financiamento federal do Sistema Único de Saúde para o enfrentamento da Covid-19. Saúde em Debate, 46(133), 263–276. https://doi.org/10.1590/0103-1104202213301.
Lino, M. R. B., Rocha, R. B. D., Costa, K. M. R. D., Sousa, J. J. D. S., Brito, G. V. D., Sousa, N. F. D., & Silva, M. D. S. M. M. D. (2017). Territorialização como ferramenta norteadora das práticas de residentes em saúde da família. Revista Eletrônica Acervo Saúde, (9), S750–S720. https://doi.org/10.25248/REAS67_2017.
Minayo, M. C. S. (2006). O desafio do conhecimento. (9aed.), HUCITEC.
Neto, P. D. D. S., Almeida, I. T. H. D., Neta, L. C. D. F., Melo, T. A. F., Albuquerque, D. G. G. P., Lima, R. L. D., Laudelino, C. D. Q. A. E., & Deininger, L. D. S. C. (2021). Vivências de graduandos em medicina sobre a importância da territorialização em saúde e das práticas educativas. Brazilian Journal of Health Review, 4(2), 7873–7893. https://doi.org/10.34119/bjhrv4n2-321.
Osmo, A., & Schraiber, L. B. (2015). O campo da Saúde Coletiva no Brasil: Definições e debates em sua constituição. Saúde e Sociedade, 24(suppl 1), 205–218. https://doi.org/10.1590/s0104-12902015s01018.
Ribeiro, A. A. D. A., Oliveira, M. V. D. L., Furtado, B. M. A. S. M., & Freitas, G. F. D. (2022). Impactos da pandemia COVID-19 na vida, saúde e trabalho de enfermeiras. Acta Paulista de Enfermagem, 35, eAPE01046. https://doi.org/10.37689/acta-ape/2022AO010466.
Santos, A. L., & Rigotto, R. M. (2010). Território e territorialização: Incorporando as relações produção, trabalho, ambiente e saúde na atenção básica à saúde. Trabalho, Educação e Saúde, 8(3), 387–406. https://doi.org/10.1590/S1981-77462010000300003.
Santos, G. A. D., Jorge, M. S. B., Bezerra, M. V. D. M., Maia, E. L., Viana, M. M. D. N., & Bizerril, D. O. (2022). A estratégia saúde da família e territorialização: Uma revisão de escopo. Conjecturas, 22(12), 706–717. https://doi.org/10.53660/CONJ-1585-2D12.
Soares, A. D. S. (2006). Pesquisa em ciências sociais aplicadas: Métodos e técnicas. Revista de Administração Contemporânea, 10(3), 185–185. https://doi.org/10.1590/S1415-65552006000300013.
Soares, C. S. A., & Da Fonseca, C. L. R. (2020). Atenção primária à saúde em tempos de pandemia. JMPHC | Journal of Management & Primary Health Care | ISSN 2179-6750, 12, 1–11. https://doi.org/10.14295/jmphc.v12.998.
Sona, L., Ide, A. A., & Ebling, S. B. D. (2021). Relevância da territorialização como diferencial na formação médica e na atenção primária à saúde. Medicina (Ribeirão Preto), 54(3). https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2021.173914.
Souza, S. F. D. (2022). Análise de conteúdo: Método de bardin. Anais do Encontro de Iniciação Científica e Extensão da Estácio Amazônia. Anais do Encontro de Iniciação Científica e Extensão da Estácio Amazônia, Centro Universitário Estácio da Amazônia. https://doi.org/10.29327/1134960.14-5.
Tetemann, E. C., Trugilho, S. M., & Sogame, L. C. M. (2016). Universalidade e Territorialização no SUS: Contradições e tensões inerentes / Universality and Territorialization in SUS: contradictions and tensions inherent. Textos & Contextos (Porto Alegre), 15(2), 356. https://doi.org/10.15448/1677-9509.2016.2.25456.
Vieira, L. A., Caldas, L. C., Lemos, E. C. D., Malhão, T. A., & Carvalho, F. F. B. D. (2023). Análise temporal da inserção de Profissionais e Residentes de Educação Física no Sistema Único de Saúde de 2009 a 2021. Ciência & Saúde Coletiva, 28(3), 837–850. https://doi.org/10.1590/1413-81232023283.14092022.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Rose Barbosa de Sousa Nogueira; Luis Rocildo Caracas Vieira e Souza
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.