Trabalho precário e transtornos mentais comuns em trabalhadores de enfermagem: Estudo transversal
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i10.43571Palavras-chave:
Enfermagem; Transtornos mentais; Estresse psicológico; Saúde ocupacional; Saúde mental.Resumo
O objetivo do presente estudo é verificar a suspeição de transtornos mentais comuns em trabalhadores de enfermagem precarizados e a associação com as características sociodemográficas e ocupacionais. Método: estudo transversal realizado em 2020 com 80 trabalhadores de enfermagem precarizados de um hospital público situado na região sudeste do Brasil. Na coleta dos dados utilizou-se um instrumento contendo as variáveis sociodemográficas e ocupacionais e na verificação dos transtornos mentais comuns o Self Report Questionnaire-20. Adotou-se o nível de significância de 5%, sendo determinada a associação com as variáveis sociodemográficas e ocupacionais por meio da regressão logística mediante o Teste Qui-quadrado – Pearson e o Exato de Fisher. Projeto aprovado por Comitê de Ética. Resultados: a prevalência de transtornos mentais comuns na amostra foi de 52,5% sendo identificada a associação para o sexo (p= 0,031) e a renda (p= 0,009). Conclusão: devido à alta prevalência dos transtornos mentais comuns na amostra e a associação com o sexo e a renda, há necessidade de uma política institucional de desprecarização com vistas a proteção e a promoção da saúde mental dos trabalhadores.
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