Transplante renal e suas complicações cirúrgicas vasculares
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i10.43629Palavras-chave:
Transplante renal; Cirurgia; Complicações.Resumo
Dentre as complicações do transplante renal, nota-se que elas podem ser classificadas como patológicas ou cirúrgicas, sendo que essas podem afetar a função do enxerto e causar morbidade significativa no receptor. O sangramento é incomum após transplantes renais, mas isso geralmente ocorre a partir de vasos não ligados no hilo do enxerto ou de pequenos vasos retroperitoneais seccionados do receptor, e os fatores de risco no destinatário para a ocorrência desse evento incluem a obesidade e uso de anticoagulantes. Ademais, as complicações vasculares podem envolver os vasos doadores (artéria renal e veia renal), os vasos receptores (artéria ilíaca), ou ambos. A estenose da artéria renal representa uma complicação mais frequentemente tardia, e é muito mais comum do que a trombose da artéria renal, sendo o lugar da anastomose o mais comum. Dentre os fatores de risco, destaca-se doença aterosclerótica do receptor, técnica de sutura inapropriada e trauma da artéria doadora. Outrossim, as complicações tromboembolíticas venosas que acometem os vasos receptores (trombose venosa profunda e embolia pulmonar) não são incomuns. Normalmente, são relatados dois picos de incidência: um no início do período pós-operatório (provavelmente relacionado a fatores operatórios) e um segundo pico em torno de quatro semanas (talvez relacionado a um aumento do nível do hematócrito). Dentre os fatores de risco, incluem-se idade do receptor maior que quarenta anos, diabetes mellitus, distúrbios trombofílicos e histórico de trombose venosa profunda. Ademais, as linfoceles, que são coleções líquidas de linfa que geralmente resultam de vasos linfáticos cortados durante a cirurgia, também podem constituir como uma complicação.
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