Atualizações sobre o tratamento de infecções urinárias durante a gestação
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i12.44097Palavras-chave:
Gravidez; Antibacterianos; Infecções urinárias; Cuidado pré-natal.Resumo
Infecções do trato urinário são comuns na gestação, podendo acarretar desfechos negativos, como pré-eclâmpsia, prematuridade e baixo peso ao nascer. Assim, profissionais da saúde devem diagnosticá-las e propor tratamento antimicrobiano adequado. O objetivo deste artigo é abordar informações recentes sobre infecções do trato urinário na gestação, com ênfase na melhor terapia antimicrobiana para cada caso. Para isso, foi feita revisão de artigos dos últimos cinco anos, nas plataformas SciELO e PubMed, disponíveis em inglês ou português. Dos 27 estudos encontrados, foram excluídos aqueles que abordavam temáticas distintas da tratada nesta pesquisa. Com isso, selecionaram-se 10 artigos. Além disso, foram incluídos documentos norteadores de referência sobre o tema, como protocolos e diretrizes nacionais e internacionais. A partir deles, percebeu-se que, na gestação, é essencial rastrear a bacteriúria assintomática, por meio da urocultura. O diagnóstico de cistite e pielonefrite é clínico, por meio de anamnese e exame físico. Nesses casos, deve-se realizar urocultura para identificação do agente causador, especialmente importante caso evidenciem-se bactérias resistentes. Quanto ao tratamento, há informações distintas nos artigos pesquisados. Contudo, a maioria dos textos considerou nitrofurantoína, cefalosporinas, fosfomicina e amoxicilina como opções adequadas e seguras para o tratamento de bacteriúria assintomática ou cistite, com tempo de terapia dependente do antimicrobiano escolhido. Para os quadros de pielonefrite, explicitou-se a importância da internação da gestante, sendo as cefalosporinas selecionadas como terapia inicial. Em suma, observaram-se informações divergentes acerca da escolha antimicrobiana e do tempo de tratamento recomendado para as infecções do trato urinário na gestação. Assim, demandam-se mais pesquisas para divulgar informações mais precisas, aprimorar o tratamento e evitar a seleção bacteriana.
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