Predição de candidemia em pacientes pediátricos baseada em cateter venoso central: Evidências do mundo real para orientar a prescrição empírica de antifúngicos
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i4.44508Palavras-chave:
Candidemia; Antifúngicos; Cateterismo venoso central; Hospitais pediátricos.Resumo
Introdução: A Candida é um dos principais agentes etiológicos das infecções nosocomiais da corrente sanguínea, estando associada a elevada morbimortalidade em crianças. O alto uso de antifúngicos empíricos incorre em custos altos de saúde e preocupações com Candida spp resistente emergente. Portanto, um modelo de predição deve otimizar a prescrição de antifúngicos empíricos em pediatria. Objetivo: Considerando dados de evidências do mundo real, objetivamos avaliar a precisão de um modelo de regressão para prever candidemia por cateter venoso central (CVC) em pediatria. Também exploramos como esse modelo pode ser útil para prescrever antifúngicos empiricamente. Métodos: Foi realizado um estudo caso-controle com 144 pacientes com hemoculturas positivas e negativas para Candida spp. Um modelo para prever Candida spp. foi desenvolvido por meio de análises univariadas e multivariadas (regressão logística). Os dados foram relatados como odds ratio (OR) e valor de p inferior a 0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados: Candidemia foi predita pela presença de CVC (OR 2,561, p=0,0042). Para este modelo, estimou-se uma área sob a curva (AUC) de 0,550 (p=0,314), representando a curva Receiver Operating Characteristic do presente estudo, com sensibilidade de 86% e especificidade de 24%. Conclusão: Nosso estudo demonstrou que o CVC é um preditor frágil para candidemia, porém, sua significância clínica e baixa especificidade obtida na curva ROC sugere que outras covariáveis além das investigadas devem ser consideradas para avaliar seu impacto em um modelo de predição para pacientes pediátricos.
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