O impacto da participação esportiva nas funções cognitivas e no desempenho acadêmicos dos jovens dos 10 aos 14 anos: Uma investigação abrangente
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i2.44697Palavras-chave:
Esporte; Adolescente; Estudantes; Cognição; Desenvolvimento.Resumo
A prática esportiva é essencial para que os jovens tenham um melhor desempenho nos diversos pilares de suas vidas. Considerando o estágio maturacional, este estudo teve como objetivo investigar os efeitos da prática desportiva nos aspectos cognitivos (controlo inibitório) e no desempenho académico (boletim escolar). Foram analisados setenta e cinco jovens com idade entre 10 e 14 anos, de ambos os sexos, divididos em dois grupos: grupo I (Não esportivo), envolvido apenas na educação física escolar, e grupo II (Esportivo), envolvido na iniciação esportiva além da educação física escolar. O controle inibitório foi avaliado com o teste Go/No Go e o teste de 5 dígitos (FDT). A maturação foi determinada usando a equação da idade óssea e o desempenho acadêmico foi avaliado com base nas notas do boletim escolar. Não houve correlações significativas entre a idade óssea, o desempenho nos testes cognitivos e o desempenho acadêmico com base nas notas do boletim escolar (p ≥ 0,05). Entretanto, os testes cognitivos revelaram uma disparidade significativa entre os dois grupos. Os esportistas apresentaram significativamente menos erros em todas as fases do teste FDT (p < 0,05) do que seus colegas não esportistas. Além disso, o grupo esportivo apresentou controle inibitório superior, conforme evidenciado pelo melhor desempenho no teste Go/No Go [7,58 ± 0,14; p = 0,001]. Conclui-se que independente da correlação entre desenvolvimento maturacional, aspectos cognitivos e desempenho acadêmico, a prática esportiva sistematizada tem relação benéfica sobre habilidades cognitivas de juvenis, visto que os esportistas apresentaram melhor desempenho cognitivo frente aos não esportistas.
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