Impacto da supressão temporária e involuntária do tratamento com hidroxiureia em parâmetros hematológicos e clínicos em pacientes com doença

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v13i1.44727

Palavras-chave:

Hidroxiureia; Doença falciforme; Adesão terapêutica.

Resumo

Objetivo: Neste estudo, investigamos o impacto da interrupção involuntária e temporária do tratamento com hidroxiureia (HU) em pacientes com doença falciforme (DF). Métodos: Parâmetros clínicos e hematológicos foram explorados em 30 pacientes com DF em tratamento com HU. O estudo foi realizado em dois períodos distintos: 1 - Durante nove meses de interrupção involuntária (abril/2015 a janeiro/2016) e 2 - Durante nove meses após a retomada do tratamento (março/2016 a dezembro/2016). Resultados: A retomada do tratamento com HU melhorou os parâmetros hematológicos, aumentando os níveis de hemoglobina (+0,65±0,71), hematócrito (+1,16±2,26), volume corpuscular médio (+8,33±5,89) e hemoglobina corpuscular média (+3,15±2,65). Houve uma redução na amplitude de distribuição dos glóbulos vermelhos (-0,66±1,69), reticulócitos (-2,53±1,96), leucócitos (-1122±2764) e plaquetas (-79.933±162.756). Isso foi seguido por uma redução nas internações hospitalares (-0,30±0,79) e no número de episódios de dor (-0,97±1,19), enquanto a negação de episódios de crise de dor aumentou (+1,43±1,43). Após a retomada, no período 2, os níveis de hemoglobina foram inversamente correlacionados com o número de transfusões sanguíneas (p=0,034) e síndrome torácica aguda (p=0,017). O hematócrito foi inversamente correlacionado com o número de consultas (p=0,030) e o número de vezes que os pacientes negaram crises (p=0,002). Conclusões: Nosso estudo mostra que o tratamento com HU melhora os parâmetros clínicos e hematológicos em pacientes e destaca os efeitos negativos da interrupção do tratamento na qualidade de vida de pacientes com DF. 

Referências

Arcanjo, A. K. A. (2018). Efeitos da suspensão temporária do tratamento com hidroxiureia em pacientes com anemia falciforme do hemocentro regional de Sobral-Ceará (Dissertação de mestrado). Universidade Federal do Ceará, Campus de Sobral.

Arduini, G. A. O., Rodrigues, L. P., & Marqui, A. B. T. (2017). Mortality by sickle cell disease in Brazil. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, 12, 285-318. 10.1016/j.bjhh.2017.05.002

Ballas, S. K., McCarthy, W. F., Guo, N., Brugnara, C., & Kling, G. (2010). Early detection of response to hydroxyurea therapy in patients with sickle cell anemia. Hemoglobin, 34, 424–429. 10.3109/03630269.2010.484048

Bandeira, F. M. G. C. (2020). Hydroxyurea in sickle cell disease patients in Recife, Brazil. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, 26(3), 189-194. 10.1016/j.bjhh.2020.03.014

Bernarde, S. F. P., Almeida, F. C., Andrade, G. A. A., Mesquita, B. F., Silveira, E. L., Freitas, M. P., & Klinger, P. H. D. S. (2021). Hydrea e neoplasia em pacientes falciforme. Hematology, Transfusion and Cell Therapy, 43(1), S484. 10.1016/j.htct.2021.06.416

Bernaudin, F., Verlhac, S., Arnaud, C., Kamdem, A., Hau, I., & Leveillé, E. (2016). Long-term treatment follow-up of children with sickle cell disease monitored with abnormal transcranial Doppler velocities. Blood, 127(15), 1814-1822. 10.1182/blood-2015-11-681396

Carneiro, J. S., Gonçalves, M. S., Albuquerque, S. R. L., Fraiji, N. A., & Neto, J. P. M. (2016). Beta-Globin Haplotypes and alpha-thalassemia 3.7Kb deletion in sickle cell disease patients from the occidental Brazilian Amazon. Journal of Hematology, 5(2), 123-128.

Gardner, K., Douiri, A., & Drasar, E. (2016). Survival in adults with sickle cell disease in a high-income setting. Blood, 128, 1436-1438. 10.1182/blood-2016-04-712367

Joep, W. R. S., David, J. M., Shyrin, C. A. T. D., Bart, J. B., & Karin, F. (2017). Pharmacotherapeutical strategies in the prevention of acute, vaso-occlusive pain in sickle cell disease: a systematic review. Blood Advances, 1, 1598-1616. 10.1182/bloodadvances.2017007515

Martins, M. M. F., & Teixeira, M. C. P. (2017). Analysis of hospitalization costs for sickle cell disease in the state of Bahia. Cadernos de Saúde Coletiva, 25, 24-30.

Moraes, V. M. S., Jasmelino, D. C. L., Barbosa, M. T. L., Lemos, K. M. G., Albuquerque, E. O. F., Silva, V. G., et al. (2022). Eficácia do crizanlizumabe no portador de doença falciforme: revisão de literatura. Hematology, Transfusion and Cell Therapy, 44, S59. 10.1016/j.htct.2022.06.162

Moreira, I. D. (2022). Parâmetros hematológicos avançados como medida de adesão a hidroxiureia em pacientes com anemia falciforme. https://repositorio.ufcspa.edu.br/jspui/bitstream/123456789/1877

Montalembert, M. D., Benkerrou, M., Grosse, R., & Kordes, U. (2016). Assessment of Hematological Data in a Cohort of European Children with Sickle Cell Anemia Treated with Hydroxyurea: Can European Centers Apply Today the Lessons from the Twitch Study. Blood, 128, 2494-2499. 10.1182/blood-2016-05-718754

Nevitt, S. J., Ashley, P. J., & Howard, J. (2017). Hydroxyurea (hydroxycarbamide) for sickle cell disease. Cochrane Library, 2017. 10.1002/14651858.CD002202.pub3

Pereira A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. UFSM

Platt, O. S., Brambilla, D. J., Rosse, W. F., Milner, P. F., Castro, O., Steinberg, M. H., & Klug, P. P. (1994). Mortality in sickle cell disease. Life expectancy and risk factors for early death. The New England journal of medicine, 330(23), 1639–1644. 10.1056/NEJM199406093302303

Rhiannon, R. P., & Hurwitz, J. L. (2018). Inflammatory molecule reduction with hydroxyurea therapy in children with sickle cell anemia. Haematologica, 103, 50–54. 10.3324/haematol.2017.184788

Santana, P. G., Araujo, A. M., Pimenta, C. T., Bezerra, M. L., Junio, S. P., & Neto, V. M. (2017). Clinical and laboratory profile of patients with sickle cell anemia. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, 39, 40-45. 10.1016/j.bjhh.2017.01.008

Silva, W. S., Lopes, T. S. L., Reis, D. S., & Barreto, D. P. S. (2022). Aspectos sociodemográficos e clínicos de pacientes com doenças falciformes dos centros de referência em Salvador, Bahia. https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/pps-3894

Silva, M. P. P., Silva, K. C. P. F., & Santos, W. L. (2021). Atualizações sobre anemia falciforme – hidroxiureia. Revista JRG de Estudos Acadêmicos, 4(8), 318–326. 10.5281/zenodo.4648381

Sousa, E. Q., Sales, A. A., Santos, C. V. S., Andrade, S. M., Neto, M. P. L., & Oliveira, E. H. (2020). Use of hydroxyurea in sickle cell anemia: a literature review. Research, Society and Development, 9(2). 10.33448/rsd-v9i2.2058

Steinberg, M. H., Barton, F. B., Terrin, M. L., Charache, S., & Dover, G. J. (1997). Multicenter Study of Hydroxyurea: Fetal hemoglobin in sickle cell anemia: determinants of response to hydroxyurea. Blood, 89, 1078-1088.

Vicari, P., Barreto, A. M., & Figueiredo, M. S. (2015). Effects of hydroxyurea in a population of Brazilian patients with sickle cell anemia. American Journal of Hematology, 78, 243-244. 10.1002/ajh.24011

Ware, R. E., Davis, B. R., & Schultz, W. H. (2016). Hydroxycarbamide versus chronic transfusion for maintenance of transcranial doppler flow velocities in children with sickle cell anaemia - TCD With Transfusions Changing to Hydroxyurea (TWiTCH): a multicentre, open-label, phase 3, non-inferiority trial. The Lancet, 387, 661-670. 10.1016/S0140-6736(15)01041-8

Ware, R. E., Montalembert, M., Tshilolo, L., & Abboud, M. R. (2017). Sickle cell disease. The Lancet, 390, 311-323. 10.1016/S0140-6736(17)30193-9

World Health Organization. (2017). Model List of Essential Medicines. http://www.who.int/medicines/publications/essentialmedicines

Zambon, A. (2015). Critical shortages of new medicines in Brazil: the example of daptomycin. Revista Panamericana de Salud Pública, 38(4), 304-310. 10.17533/udea.rpsp.v38n4a03

Downloads

Publicado

06/01/2024

Como Citar

ARCANJO , A. K. A. .; BRINGEL, E. A. .; COSTA, J. J. do N. .; PINHEIRO, A. M. R. .; PORTELA, A. M. L. R. .; ASSIS, J. O. de .; PINTO, V. de P. T. . Impacto da supressão temporária e involuntária do tratamento com hidroxiureia em parâmetros hematológicos e clínicos em pacientes com doença . Research, Society and Development, [S. l.], v. 13, n. 1, p. e3013144727, 2024. DOI: 10.33448/rsd-v13i1.44727. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/44727. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde