Sobre os desenhos de usuários de uma emergência psiquiátrica
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i2.45037Palavras-chave:
Desenho; Emergência psiquiátrica; Usuário.Resumo
Dentre as diversas formas de prescrutar a mente humana, o desenho é das mais antigas e, portanto, válido para compreender a subjetividade. A partir das pistas que a arte intramuros apresenta, cabe aos profissionais de saúde buscar meios de diluir o sofrimento psíquico e ajudar a estabilizar o usuário. Este estudo derivou de um projeto de extensão realizado em uma ala de emergência psiquiátrica de uma instituição hospitalar pública paraibana. Sendo assim, o objetivo deste manuscrito é refletir sobre os desenhos dos usuários daquele serviço. Durante diversas atividades, foram produzidos um total de 219 escorços, sendo 160 obras gráficas pré-produzidas, 53 desenhos dos próprios utentes, e, 6 colagens, provenientes de cerca de 61 usuários. Como resultado, se pode compreender que os desenhos desempenham uma forma daquelas pessoas expuserem suas histórias pessoais, a história da doença e também traços de sintomas psicopatológicos. Cabe aos profissionais da saúde mental, entre eles os psicólogos, criar formas de manejo que direcionem os usuários à reabilitação psicossocial tendo os desenhos como base para as orientações cabíveis.
Referências
Amarante, P. (2015). Medicalização e psiquiatria. Fiocruz.
Amarante, P. (2007). Saúde mental e atenção psicossocial. Fiocruz.
Antúnez, A. E. A., Silva, N. H. L. P., Colombo, E. R. & Santos Neto, P. M. (2021). Análise fenômeno-estrutural de desenhos na psicoterapia on-line em situação de crise. Revista do NUFEN, 13(2), 16-29. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-25912021000200003&lng=pt&tlng=pt
Barroso, L. R. (2020). Da caverna à internet: evolução e desafios da liberdade de expressão. Publicum, 6(1), 1-12. https://www.e-publicacoes.uerj.br/publicum/article/view/57576/37407
Bauer, M. W. & Gaskell, G. (2017). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som. Ed. Vozes.
Bombonato, G. A. & Farago, A. C. (2016). As etapas do desenho infantil segundo autores contemporâneos. Cadernos de Educação: Ensino e Sociedade, 3(1), 171-195. 10.23925/2176-2724.2019v31i3p418-427
Carvalho, M. de M., Soares, A. C. P., Pereira de Sousa, C., Araújo, F. G. A. de, Amorim, J. S., Coelho, D. E. M., Vieira, R. B. F., Sousa, U. B. da S., Caribé, V. J. A., & Magalhães, G. S. (2022). Suffering and Depersonalization in hospitals: the challenges of the hospital psychologist. Research, Society and Development, 11(17), e273111739217. https://doi.org/10.33448/rsd-v11i17.39217
Coelho Junior, L. L. & Assad, M. (1999). Assessoria à pacientes psicóticos: Relato de uma prática psicanalítica. Revista de extensão da Ufpb, 1, 53-60.
Cury, S. et. al. (2020). Assistência de enfermagem na urgência psiquiátrica: revisão de literatura. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research, 32(2), 164-168. https://www.mastereditora.com.br/bjscr
Foucault, M. (2019). História da loucura na idade clássica. Perspectiva.
Foucault, M. (2008). Doença mental e psicologia. Almedina.
Pompeu, A. M. G. G., Sanders, L. L. O., de Paula, F. S., Barbosa, M. E., Barbosa, M. S., Pedrosa, V. M. B., & Vieira, F. R. R. (2021). Escola Arte Livre: ensino de arte para promoção de saúde mental de pacientes e estudantes. Revista Brasileira De Práticas Integrativas e Complementares Em Saúde, 1(1), 73–83. Recuperado de https://www.revistasuninter.com/revistasaude/index.php/revista-praticas-interativas/article/view/1209
Grubits, S. & Oliveira, E. (2020). Rabiscos e Emoções: Nova Perspectiva sobre o Desenvolvimento do Desenho. Avaliação Psicológica, 19(2), 213-221. https://dx.doi.org/10.15689/ap.2020.1902.12
Henrique, B. R. & Weber, M. S. W. (2022). “Das cavernas à era digital: a evolução da escrita” projeto de pesquisa sobre a evolução da escrita e letramento na educação infantil. Saberes em Foco, 3(1), 275–286. https://periodicos.novohamburgo.rs.gov.br/index.php/saberes-em-foco/article/view/97
Kunzler, L. S., Ferreira-de-Lima, M. C. & Feng, Y. H. (2020). Uso de imagens para a reestruturação cognitiva: relato de caso. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 16(2), 107-113. https://dx.doi.org/10.5935/1808-5687.20200016
Machado, P. F., Scarparo, H. B. & Hernandez, A. R. C. (2015). Narrativas do silêncio: movimento da luta antimanicomial, psicologia e política. Revista Psicologia Política, 15(34), 599-616. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-549X2015000300010&lng=pt&tlng=pt
Montelo, L. D. S. & Melo, G. (2020). Atuação da enfermagem na emergência psiquiátrica. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. 8(04), 66-81. https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/emergencia-psiquiatrica
Oliveira, K. S. & Wechsler, S. M. (2016). Indicadores de criatividades no desenho da figura humana. Psicologia: Ciência e profissão, 36(1), 6-19. https://www.scielo.br/j/pcp/a/PtVNn4p7M7XHzb54Kzd3DYL/#
Paiano, M. et al. (2016) Ambulatório de saúde mental: fragilidades apontadas por profissionais. Texto Contexto Enfermagem, 25(3), 1-10. https://www.index-f.com/textocontexto/2016/r25308p.php
Paim, J. (2009). O que é o SUS? Fiocruz.
Rivera, T. (2023). A arte (moderna) dos hospícios ou a ética da “loucura” no modernismo brasileiro. Revista Concinnitas, 23(44), 150–167. 10.12957/concinnitas.2022.67429. https://www.e-publicacoes.uerj.br/concinnitas/article/view/67429
Rivera, T. (2022). Contra a Arte Bruta: sofrimento mental, segregação e arte contemporânea. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 25(4), 757–779. https://doi.org/10.1590/1415-4714.2022v25n4p757.13
Spink, M. J. (2013). Psicologia social e saúde. Práticas, saberes e sentidos. Vozes.
Spink, M. J. (2010). Psicologia social e saúde: trabalhando com a complexidade. Quaderns de psicologia, 12(1), 41-56. https://quadernsdepsicologia.cat/article/view/vxx-nx-spink3
Toassi, R. F. C. & Petry, P. C. (2021). Metodologia científica aplicada à área da Saúde. (2a ed.), EdUFRGS.
Todolivro (2018). 365 desenhos para colorir. Little Books.
Visintin, C. D. N., Follador e Ambrósio, F. & Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2023). O procedimento de desenhos-estória com tema em pesquisas qualitativas em sobre imaginários coletivos. Estilos da Clínica, 28(1): 98-114. https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v28i1 p98-114.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Leconte de Lisle Coelho Junior
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
