Um ensaio breve acerca da evitação ao controle aversivo e acerca das conotações ruins relacionadas ao seu uso

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v13i6.46006

Palavras-chave:

Ética; Experimentação; Controle aversivo; Behaviorismo.

Resumo

Um estímulo aversivo pode ser definido como aquele que a emissão de uma resposta que promove sua remoção, prevenção ou adiamento é fortalecida ou quando sua apresentação diminui a probabilidade de emissão de uma determinada resposta. Intervenções comportamentais que empregam essas manipulações são amplamente questionadas e, por vezes, classificadas como algo ruim. A conotação de “ruim” para o controle aversivo decorre dos possíveis malefícios para o indivíduo ou para a sociedade, entretanto, tais malefícios podem não ocorrer ou também podem ser identificados no reforçamento positivo. Portanto, o presente manuscrito consiste em um ensaio de natureza reflexiva que discute sobre o conceito de controle aversivo e sua definição funcional com base na experimentação e seu uso ético na prática do analista do comportamento. Entende-se que o uso do controle aversivo, bem como o uso do reforçamento positivo, deve estar pautado sempre em uma avaliação cuidadosa por parte do analista do comportamento e essa avaliação deve ter bases na experimentação.

Referências

Axelrod, S. A. (1990). Myths that (mis)guide our profession. In A. C. Repp & N. N. Singh (Eds.), Perspectives on the use of nonaversive and aversive interventions for persons with developmental disabilities (pp. 59–72). Sycamore, IL: Sycamore.

Azevedo, R. M. F. (2018). Efeitos da punição de uma resposta alternativa na ressurgência de uma resposta alvo previamente extinta (Tese de doutorado, Universidade de Brasília).

Azrin, N. H. (1961). Time out from positive reinforcement. Science, 133(3450), 382-383. https://doi.org/10.1126/science.133.3450.382

Balan, R. N., Santos, D. R. dos., Ferreira, C. H., Santos, J. de A., Moriyama, J. de S., Grossi, R., & Haydu, V. B. (2022). Evaluation of the effect of brief online therapy during the COVID-19 pandemic. Research, Society and Development, 11(11), e195111133476. https://doi.org/10.33448/rsd-v11i11.33476

Baron, A., & Galizio, M. (2005). Positive and negative reinforcement: Should the distinction be preserved? The Behavior Analyst, 28(2), 85–98. https://doi.org/10.1007/BF03392107

Bernardes, L. A., Banaco, R. A., & Neto, D. M. R. (2013). Influência da disponibilidade de reforçadores com diferentes valores sobre respostas de autocontrole. Perspectivas em Análise do Comportamento, 4(1), 2-9.

Binder, L. M., Dixon, M. R., & Ghezzi, P. M. (2000). A procedure to teach self-control to children with attention deficit hyperactivity disorder. Journal of Applied Behavior Analysis, 33(2), 233–237. https://doi.org/10.1901/jaba.2000.33-233

Calixto, F. C., Escobal, G., & Goyos, C. (2015). Effects of choice opportunities between activities with high-and low-reinforcement values on self-control behavior in children with typical development: a pilot study. European Journal of Behavior Analysis, 16(2), 312-321.

Catania, A. C. (1999). Aprendizagem: comportamento, linguagem e cognição (D. das G. de Souza, Trad.). Porto Alegre: Artmed. (Trabalho original publicado em 1998).

Carvalho Neto, M. B., Mayer, P. C. M., & Ferreira, P. A. (2017). Simetrias e assimetrias entre reforçamento e punição: Uma proposta taxonômica. Acta Comportamentalia, 25(1), 73–84.

Collier, G., Hirsch, E., & Kanarek, R. (2022). The operant revisited. In Handbook of operant behavior (pp. 28-52). Routledge.

Cortez, M. D., Ferreira, M. S., Lima, P. M. P. de, Silva, M. G. A. da, & Reis, M. J. D. dos. (2020). Efeitos de reforçadores de magnitude aumentada e do controle aversivo na manutenção do seguimento de regras em estudantes universitários. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, 22. https://doi.org/10.31505/rbtcc.v22i1.1409

Dixon, M. R., Hayes, L. J., Binder, L. M., Manthey, S., Sigman, C., & Zdanowski, D. M. (1998). Using a self-control training procedure to increase appropriate behavior. Journal of Applied Behavior Analysis, 31(2), 203–210. https://doi.org/10.1901/jaba.1998.31-203

Dunham, P. (2022). The nature of reinforcing stimuli. In Handbook of operant behavior (pp. 98-124). Routledge.

Dura, J. R. (1991). Controlling extremely dangerous aggressive outbursts when functional analysis fails. Psychological Reports, 69(1), 451–459.

Fontes, R. M., & Shahan, T. A. (2020). Punishment and its putative fallout: A reappraisal. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 115(1), jeab.653. https://doi.org/10.1002/jeab.653

Gongora, M. A. N., Mayer, P. C. M., & Mota, C. M. S. (2009). Construção terminológica e conceitual do controle aversivo: período Thorndike-Skinner e algumas divergências remanescentes. Temas em Psicologia, 17(1), 209-224.

Hineline, P. N. (1984). Aversive control: A separate domain?. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 42(3), 495-509. https://doi.org/10.1901/jeab.1984.42-495

Hineline, P. N. (2022). Negative reinforcement and avoidance. In Handbook of operant behavior (pp. 364-414). Routledge.

Hineline, P. N., & Rosales-Ruiz, J. (2013). Behavior in relation to aversive events: Punishment and negative reinforcement. In R. W. Dougher & E. A. Fisher (Eds.), APA Handbook of Behavior Analysis, Vol. 1: Methods and Principles (pp. 483–512). American Psychological Association. https://doi.org/10.1037/13937-021

Hutchinson, R. R. (2022). By-products of aversive control. In Handbook of operant behavior (pp. 415-431). Routledge.

Hunziker, M. H. L. (2011). Afinal, o que é controle aversivo? Acta Comportamentalia, 19(4), 9-19.

Hunziker, M. H. L. (2017). Dogmas sobre o controle aversivo. Acta Comportamentalia, 25(1), 85–100.

Iwata, B. A., Pace, G. M., Dorsey, M. F., Zarcone, J. R., Vollmer, T. R., Smith, R. G., et al. (1994). The functions of self-injurious behavior: An experimental-epidemiological analysis. Journal of Applied Behavior Analysis, 27(2), 215–240.

Jwaideh, A. R., & Mulvaney, D. E. (1976). Punishment of observing by a stimulus associated with the lower of two reinforcement frequencies. Learning and Motivation, 7, 211-222. https://doi.org/10.1016/0023-9690(76)90029-1

Lerman, D. C., & Vorndran, C. M. (2002). On the status of knowledge for using punishment implications for treating behavior disorders. Journal of Applied Behavior Analysis, 35(4), 431–464. https://doi.org/10.1901/jaba.2002.35-431

Luiz, F., & Hunziker, M. (2018). Propriedades aversivas em contingências de reforçamento positivo: evidências empíricas. Revista Brasileira de Análise do Comportamento, 14(2). https://doi.org/10.18542/rebac.v14i2.7535

Magoon, M. A., Critchfield, T. S., Merrill, D., Newland, M. C., & Schneider, W. J. (2017). Are positive and negative reinforcement “different”? Insights from a free-operant differential outcomes effect. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 107(1), 39–64. https://doi.org/10.1002/jeab.243

Martins, T. E. M., Carvalho Neto, M. B., & Mayer, P. C. M. (2013). B. F. Skinner e o uso do controle aversivo: um estudo conceitual. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, 15(2), 5-17.

Meneghetti, F. K. (2011). O que é um ensaio-teórico? Revista de Administração Contemporânea, 15(3), 320-332.

Millenson, J. R. (1967). Princípios de análise do comportamento (A. de A. Souza & D. de Rezende, Trads.). Brasília: Coordenada.

Morse, W. H., & Kelleher, R. T. (2022). Determinants of reinforcement and punishment. In Handbook of operant behavior (pp. 174-200). Routledge.

Nevin, J. A., & Mandell, C. (2017). Comparing positive and negative reinforcement: A fantasy experiment. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 107(1), 34–38. https://doi.org/10.1002/jeab.237

Perone, M. (2003). Negative effects of positive reinforcement. The Behavior Analyst, 26(1), 1–14. https://doi.org/10.1007/BF03392064

Pierce, D., & Cheney, C. D. (2013). Behavior analysis and learning. Nova York: Psychology Press.

Rolim, G. S., de Moraes, A. B. A., & Costa Jr, A. L. (2008). Efeitos do controle aversivo no contexto de tratamento odontopediátrico. Interação em Psicologia, 12(1).

Santos, E. L. N. D., & Leite, F. L. (2013). A distinção entre reforçamentos positivo e negativo em livros de ensino de análise do comportamento. Perspectivas em Análise do Comportamento, 4(1), 10-19.

Shahan, T. A., Sutton, G. M., Nist, A. N., & Davison, M. (2023). Aversive control versus stimulus control by punishment. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 119(1), 104-116.

Sidman, M. (1995). Coerção e suas implicações (M. A. Andery & T. M. Sério, Trads.). Campinas: Editora Livro Pleno. (Obra original publicada em 1989).

Skinner, B. F. (1965). Science and Human Behavior. Nova Iorque: Free Press. (Obra original publicada em 1953).

Skinner, B. F. (1986). What is wrong with daily life in the western world? American Psychologist, 41(5), 568-574.

Skinner, B. F. (2002). Beyond Freedom and Dignity. Indiana: Hackert Publishing. (Obra original publicada em 1971).

Skinner, B. F. (2005). Walden Two. Indiana: Hackert Publishing. (Obra original publicada em 1948).

Souza, D. D. de, Moraes, A. B. A., & Todorov, J. C. (1984). Shock intensity and signaled avoidance responding. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 42(1), 67-74. https://doi.org/10.1901/jeab.1984.42-67

Todorov, J. C. (2001). Quem tem medo de punição? Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, 3(1), 37-40.

Todorov, J. C. (2011). Quem tem medo de controle aversivo?. Acta Comportamentalia, 19(4), 5-7. Recuperado em 18 de setembro de 2017, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0188-81452011000400007&lng=pt&tlng=pt

Vollmer, T. R., & Iwata, B. A. (1993). Implications of a functional analysis technology for the use of restrictive behavioral interventions. Child and Adolescent Mental Health Care, 3, 95–113.

Downloads

Publicado

06/06/2024

Como Citar

LUIZ, A. C. de M. .; CHOINSKI, A. M. .; RAMOS, G. A. .; TSUTSUMI, M. M. A. .; SANTOS, J. R. dos . Um ensaio breve acerca da evitação ao controle aversivo e acerca das conotações ruins relacionadas ao seu uso. Research, Society and Development, [S. l.], v. 13, n. 6, p. e2313646006, 2024. DOI: 10.33448/rsd-v13i6.46006. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/46006. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais