Ocorrência de Leite Instável Não Ácido (LINA) em propriedades comerciais da região Extremo Oeste de Santa Catarina

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.4654

Palavras-chave:

Estabilidade do leite; Análises físico-químicas; Qualidade do leite.

Resumo

Objetivou-se diferenciar propriedades leiteiras e correlacionar suas características com a ocorrência de Leite Instável Não Ácido (LINA) no Extremo Oeste catarinense, além de averiguar a menor graduação no teste do álcool para seleção do leite em um laticínio comercial. As avaliaçòes foram feitas em 45 propriedades que comercializavam leite no laticínio. As características de manejo e produção foram identificadas entre agosto e dezembro de 2016. Amostras de leite foram coletadas quinzenalmente do tanque de resfriamento entre agosto de 2016 e julho de 2017. Elas foram analisadas para a estabilidade ao teste do álcool nas graduações de 72 a 80% em intervalos de 2%, além do teste de fervura, acidez titulável e pH. O teste do Qui-quadrado foi usado para avaliar a diferença entre o LINA nas graduações testadas e a análise de regressão para estimar o efeito das variáveis quantitativas sobre o LINA acumulado. Para verificar o efeito do mês do ano sobre o LINA foi realizada a análise de regressão. A produção de leite em 91% das propriedades era em sistema a pasto com suplementação e o restante em semiconfinamento. A área das propriedades era 23,6 ± 16ha para manter 23,6 ± 9,3 vacas em lactação produzindo em média 16,6 ± 4,9 litros/vaca. A incidência de LINA aumentou concomitantemente ao aumento da graduação alcóolica utilizada no teste e, no mês de fevereiro foi encontrada a menor graduação para identificação de LINA. O estudo concluiu que a graduação alcoólica de 76% é a melhor alternativa para selecionar o leite comercializado.

Referências

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Publicado

06/06/2020

Como Citar

MANSKE, G. A.; DANIELI, B.; ZUFFO, G. R.; RIGO, E.; GOMES, F. J.; ZAMPAR, A.; SCHOGOR, A. L. B. Ocorrência de Leite Instável Não Ácido (LINA) em propriedades comerciais da região Extremo Oeste de Santa Catarina. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 7, p. e715974654, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i7.4654. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/4654. Acesso em: 6 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas