As políticas de formação de professores da educação básica no Brasil e em Portugal (2014-2023) – convergências e divergências
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i9.46746Palavras-chave:
Políticas; Formação; Currículos; Ensino.Resumo
Apresentamos a socialização dos resultados de uma pesquisa de pós-doutoramento realizada na Universidade do Minho, Braga-Portugal. O objetivo foi investigar os pontos comuns e as diferenças existentes entre as políticas de formação de professores dos primeiros anos da Educação Básica, no Brasil e em Portugal (2014-2023). A metodologia delineou-se como qualitativa, revisão de literatura, análise documental e empírica, com aplicação de entrevistas a oito professores formadores com mais de quinze anos de experiência, das duas Universidades – UFU (Brasil) e UMinho (Portugal). Os resultados evidenciaram pontos comuns entre os dois países relacionados às políticas de formação como a influência do neoliberalismo, a desvalorização do profissional docente, a dicotomia entre teoria e prática e as limitações no processo democrático nas decisões sobre as políticas. Diferente do Brasil, o currículo de formação em Portugal oferece três anos comuns para as licenciaturas e mais dois anos de mestrado profissional com formas variadas. Portugal difere nas exigências de domínios das Ciências da Educação, prática pedagógica, práticas de pesquisa e indução na carreira, com distinção no conceito de Universidade Pública entre as duas nações, entre outros. Todavia, os dois países precisam aperfeiçoar as políticas e práticas em relação à formação de professores relativas às limitações existentes para o alcance de um ensino de maior qualidade.
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