Antimoniato intralesional para tratamento de leishmaniose tegumentar: Uma revisão de literatura
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i9.46905Palavras-chave:
Leishmaniose Tegumentar Difusa; Leishmaniose Cutânea; Leishmaniose.Resumo
Introdução: A leishmaniose é uma infecção parasita protozoária endêmica. Sendo a leishmaniose tegumentar o subtipo mais prevalente na América Latina. Estima-se que sejam diagnosticados cerca de 1 milhão de novos casos anualmente. A patologia caracteriza-se inicialmente por uma pápula no local da picada do inseto que cresce até formar uma lesão ulcerada. Método: Revisão literária com buscas nas bases de dados Scielo e PubMed, critérios de inclusão e exclusão foram aplicados, resultando em 24 artigos, todos aqui discutidos. Resultados e Discussão: A terapêutica de primeira linha consiste no uso de antimoniatos sistêmicos, no entanto, muitos pacientes apresentam efeitos colaterais ao tratamento, necessitando a interrupção do uso. Assim, em busca de uma alternativa terapêutica, o uso de antimoniato intralesional tem se mostrado com eficácia semelhante ao tratamento sistêmico, sendo indicado para pacientes com poucas lesões, com tamanho menor do que 3 cm de diâmetro. Estudos apontam que o uso de antimoniato intralesional apresenta pouco ou nenhum efeito adverso, levando a cura inicial e definitiva em mais de 50% dos pacientes. Além da eficácia comprovada, estudos apontam outras vantagens das aplicações intralesionais, como: menores doses de antimônio, cronograma terapêutico flexível e aplicações mais espaçadas. Conclusão: A terapêutica com antimoniato intralesional apresenta resultados satisfatórios, com altas taxas de cura e poucos efeitos adversos. Protocolos médicos mundiais são recomendados.
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