Grau de concordância entre instrumentos laboratoriais e não-laboratoriais na estratificação do risco cardiovascular
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i9.46918Palavras-chave:
Risco cardiovascular; Atenção Primária à Saúde; Fatores de risco de doença cardíaca.Resumo
Objetivo: Avaliar o grau de concordância entre o Escore de Risco Cardiovascular de Framingham e a calculadora do programa HEARTS, em sua versão com uso do IMC, na estratificação do Risco Cardiovascular (RCV) em pacientes diabéticos e/ou hipertensos na Atenção Primária à Saúde (APS). Metodologia: Estudo transversal, exploratório e epidemiológico, com uma amostra de conveniência de 89 indivíduos selecionados em 10 Unidades Básicas de Saúde de um município brasileiro de médio porte. Os escores foram aplicados nos pacientes e o grau de concordância foi analisado através do Coeficiente Kappa. A análise bivariada das variáveis independentes foi realizada por meio do Qui-Quadrado. Resultados: Na população estudada, houve predominância das faixas de risco “elevadas” (>10%), para ambos os sexos em nas duas escalas. A calculadora HEARTS apresentou baixo poder de discriminação dos pacientes com riscos cardiovasculares mais elevados (>10%). A análise bivariada mostrou relação positiva entre faixa etária geriátrica, pressão arterial elevada e presença de hipertensão em mulheres com RCV mais elevado no ERG, mas não encontrou correlações na HEARTS. O índice de concordância Kappa entre os dois escores foi de 0,06. Conclusão: Houve concordância mínima entre os escores, além de um comportamento diferente em relação aos critérios utilizados no cálculo do RCV. Torna-se importante o incentivo de estudos nacionais para calibrar e validar calculadoras de RCV que correspondem à realidade brasileira, de modo a tornar acessível ferramentas facilitadoras para o cálculo do RCV na APS.
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