A intensificação do uso de telas e repercussões no desenvolvimento neuropsicomotor infantil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i11.47436Palavras-chave:
Tempo de Tela; Lactentes; Pré-escolar; Criança; Crescimento e Desenvolvimento.Resumo
Objetivo: Avaliar a relação do tempo de uso de tela e atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. Métodologia: Foram avaliadas crianças de 0 a 12 anos, atendidas em ambulatório de pediatria. Foi aplicado questionário para evidenciar o tempo de tela, idade em que ocorreram os marcos de desenvolvimento neurológico, sexo, idade, dados gestacionais e de pré-natal, situação social escolaridade materna e antecedentes mórbidos pessoais. Foram excluídas crianças com patologias que afetam o desenvolvimento neuropsicomotor. Para a avaliação do desenvolvimento neurológico foi aplicada a escala de Denver II, Minimental State Examination, Marcos de Linguagem, Teste de Lev Vigotsky. Resultados: Foram incluídas 35 crianças. A intensificação do uso de telas foi observada em 88,7%, destas 13,8% na faixa etária (0-23 meses e 29 d), 16,6% (24-59 meses e 29 dias) e 58,3 (60 a 144 meses). O teste de Denver II aplicado nas crianças de 0 a 60 meses evidenciou que 38,4% apresentavam atraso no desenvolvimento psicomotor. O Minimental aplicado nas 18 crianças acima de 72 meses evidenciou atraso no desenvolvimento psicomotor em 50% delas. Das 35 crianças avaliadas 40% tinham atraso no desenvolvimento psicomotor e destas 78,6% tinham como fator de risco o aumento de uso de telas. Conclusões: O estudo evidenciou o aumento de horas em uso de telas pelas na faixa etária estudada, sendo mais intensificado na faixa etária acima de 60 meses e que este fator, tendo sido afastadas outras variáveis interferentes, pode estar implicado na alta porcentagem de crianças com atraso encontradas no estudo.
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