A percepção da desinstitucionalização pelos profissionais da saúde mental na práxis no Centro de Atenção Psicossocial no contexto brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.4750Palavras-chave:
Reforma Psiquiátrica; Serviços de Saúde Mental; Percepção; Saúde Pública; Humanização da assistência.Resumo
A Reforma Psiquiátrica trouxe mudança de paradigma na atenção psicossocial com relação aos processos de reorganização do modelo assistencial e às práticas cotidianas nos serviços substitutivos. Considerando a interdisciplinaridade como estratégia importante para a organização do trabalho nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) torna-se relevante descrever, contextualizar e elucidar as percepções dos profissionais de saúde mental acerca da desinstitucionalização e as experiências vivenciadas no cuidado aos usuários atendidos nesse novo modelo assistencial. Trata-se de uma pesquisa exploratório-descritiva de campo, com abordagem qualitativa fenomenológica. Utilizou-se a entrevista fenomenológica para coleta de dados. Para análise dos dados, foi utilizado o método de Clark Moustakas e interpretação no referencial de Maurice Merleau-Ponty. O estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal Fluminense (UFF). As categorias encontradas foram intituladas: 1ª) Os sentidos da desinstitucionalização para os profissionais do CAPS, e 2ª) A desinstitucionalização da existência humana do paciente. Na pesquisa descrevemos as percepções da equipe do CAPS e a interdisciplinaridade dos profissionais no desempenho dessa equipe no cotidiano, mostrando a importância dessa troca de saberes, opiniões e percepções entre os profissionais, na forma de cuidado mais humanizado, percebendo a singularidade e as possibilidades dos usuários inseridos no novo modelo assistencial que precisam ressignificar sua existência e reaprender a conviver em sociedade.
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