Hepatotoxicidade por ervas: Dificuldades no diagnóstico e manejo das lesões hepáticas por óleo de borragem
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i1.47967Palavras-chave:
Borago officinalis; Hepatite Autoimune; Doença Hepática Induzida por Substâncias e Drogas; Medicamento Fitoterápico.Resumo
Introdução: O uso de fitoterápicos aumentou nos últimos 20 anos como terapia complementar para várias doenças. No entanto, a comercialização desses produtos não é precedida de garantia da segurança. O objetivo deste artigo é apresentar o relato da utilização de óleo de borragem ou Borago officinalis (BO), benéfico para sintomas relacionados à menopausa, porém, pode conter alcalóides pirrolizidínicos (AP), uma toxina hepatotóxica. Metodologia: realizado estudo do prontuário eletrônico da paciente. Relato de caso: Mulher de 53 anos deu entrada no pronto socorro com icterícia, astenia, hiporexia e dor em hipocôndrio direito (HD) há 10 dias, após uso do fitoterápico Niolix® (BO), sendo diagnosticada inicialmente com um quadro de hepatite aguda induzida por BO. A biópsia hepática descreveu intenso infiltrado inflamatório linfocitário, além de plasmócitos, neutrófilos e macrófagos, com agressão à placa limitante e aos hepatócitos. Após o fim do tratamento com corticoide, apresentou nova elevação das aminotransferases e surgimento de autoanticorpos, levando à hipótese de hepatite autoimune desencadeada por BO, sendo instituído o tratamento imunossupressor, com importante melhora do quadro. Conclusão: Esse relato exemplifica a diversidade das lesões hepáticas induzidas por ervas, bem como drogas, suplementos e medicamentos, chamando atenção para o seguimento rigoroso dos casos, com possíveis mudanças de diagnóstico e conduta no decorrer do manejo.
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