Consumo de alimentos ultraprocessados entre crianças de até dois anos nas regiões Norte e Nordeste do Brasil: Revisão integrativa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i1.47974Palavras-chave:
Lactentes; Alimentos ultraprocessados; Ingestão alimentar; Nutrição infantil.Resumo
O alto consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) em lactentes pode acarretar consequências a curto, médio e a longo prazo. Pode ocorrer déficit no crescimento, obesidade e o acometimento de doenças crônicas não transmissíveis. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi revisar a literatura sobre o consumo de alimentos ultraprocessados entre lactentes, com enfoque nas regiões norte e nordeste do país, a fim de compreender de forma abrangente a idade média e fatores determinantes para a introdução desses alimentos. Foram identificados 431 artigos, dos quais foram excluídos na triagem e por critérios de exclusão 422 artigos. Com isso, 9 trabalhos originais foram incluídos na presente revisão. Do total de artigos, 5 artigos realizaram estudos transversais e 4 artigos são estudos de coorte. Com relação à idade média de introdução dos AUP, apenas dois estudos informaram e ambos com a mesma média de 6 meses. Há nas regiões Nordeste e Norte do país um consumo prevalente de AUP. O qual, em vários estados do Nordeste, está associado principalmente a baixa renda, baixa escolaridade e amamentação insuficiente (exclusiva ou complementar). Ademais a isso, na região Norte há um consumo crítico de AUP pela população indígena relacionado ao contato com pessoas fora do ambiente familiar e hábitos alimentares diferentes do culturalmente observado. No entanto, esse comportamento alimentar prevalente de alto consumo de AUP é passível de mudanças, desde que ocorra planejamento de ações, viabilidade de políticas públicas e sociais estruturantes.
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