Os efeitos terapêuticos e aplicabilidade do uso de Canabidiol em pacientes portadores da doença de Alzheimer
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i2.48329Palavras-chave:
Cannabidiol; Alzheimer; Terapêutica.Resumo
A Cannabis tem sido estudada por seu potencial terapêutico, especialmente no tratamento de doenças neurodegenerativas como Alzheimer, devido aos efeitos neuroprotetores, anti-inflamatórios e antioxidantes dos canabinoides. O sistema endocanabinoide, que inclui os receptores CB1 e CB2, desempenha papel crucial na regulação de funções fisiológicas e comportamentais. O objetivo desta pesquisa é entender melhor a capacidade dos canabinoides de modular essa via excitotóxica, posicionando-os como potenciais agentes terapêuticos que podem oferecer proteção contra os efeitos degenerativos da DA. A revisão seguiu a resolução ética n°466/2012, utilizando dados de domínio público e foi realizada nas bases MEDLINE/PubMed entre janeiro e março de 2024. Foram selecionados 52 artigos, dos quais 5 atendiam aos critérios de inclusão, com foco em estudos publicados entre 2018 e 2024. Esses estudos indicaram que o CBD tem impacto positivo no tratamento da doença, ajudando a modular mecanismos patológicos e melhorando sintomas cognitivos e neuropsiquiátricos. Entre as abordagens estudadas, a cannabis foi eficaz no alívio de sintomas como agitação e distúrbios comportamentais, além de benefícios na rigidez e nos escores cognitivos. O CBD mostrou efeitos protetores contra o estresse oxidativo, e a modelagem molecular sugeriu que compostos da Cannabis sativa podem interagir com alvos terapêuticos da doença de Alzheimer. Apesar dos resultados positivos, a revisão destaca a necessidade de mais pesquisas e superação de barreiras legais para garantir a eficácia e segurança da cannabis medicinal no tratamento da Alzheimer.
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