Comparação da estabilidade termo-oxidativa do óleo de murici (Byrsonima crassifolia L. Kunt) obtido por hidrólise enzimática assistida por ultrassom e método clássico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.4877

Palavras-chave:

Óleo de murici; Hidrólise enzimática; Estabilidade térmica; Estabilidade oxidative.

Resumo

A extração de óleo de várias matérias-primas por processo enzimático tem recebido grande importância por ser considerada tecnologia limpa. Além disso, o produto obtido por ação enzimática apresenta melhores rendimentos, bem como melhores parâmetros de qualidade química, além de melhores condições de estabilidade. Assim, o objetivo do presente trabalho foi otimizar o processo de extração de óleo de polpa de murici por hidrólise enzimática e comparar a estabilidade termo-oxidativa do óleo de murici extraído por hidrólise enzimática assistida por ultrassom e o óleo obtido pelo método clássico (Soxhlet). Os resultados obtidos mostraram dependência da variável dependente - rendimento (%) - em função das variáveis independentes - concentração enzimática (%) e tempo de exposição ao ultrassom (min). A partir da análise estatística aplicada, observou-se que o óleo extraído por hidrólise enzimática apresentou maior estabilidade térmica (400 °C) em comparação ao obtido pelo método clássico (384 °C). A análise da estabilidade oxidativa mostrou maior propensão à oxidação do óleo obtido pelo método clássico comparado ao obtido pela hidrólise enzimática em 6 horas de indução a 110 °C. Assim, o óleo obtido por hidrólise enzimática possui propriedades superiores às obtidas pelo método clássico e, portanto, com melhor estabilidade termo-oxidativa.

Referências

Brasil. (2005). Resolução RDC n° 270, de 22 de setembro de 2005. Aprova Regulamento Técnico para Óleos Vegetais, Gorduras Vegetais e Cremes Vegetais. Diário Oficial da União. Brasília, DF. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Available in: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2005/rdc0270_22_09_2005.html>

Dweck J & Sampaio C. M. S. (2004). Analysis of the Thermal Decomposition of Commercial Vegetable Oils in Air by Simultaneous TG/DTA. Journal of Thermal Analysis and Calorimetry, 75, 385-91.

Faria E. A, Leles M. I. G, Ionashiro M, Zuppa T. O & Antoniosi-Filho N. R. (2002). Estudo da estabilidade térmica de óleos e gordura vegetais por TG/DTG e DTA. Eclética Química, 27: 111-9.

Freire L. M. S, Filho J. R. C, Moura C. V. R, Soledade L. E. B, Stragevitch L, Cordeiro A. M. T. M, Santos I. M. G & Souza A. G. (2012). Evaluation of the oxidative stability and flow properties of quartenary mixtures of vegetable oils for biodiesel production. Fuel, 95:126–30.

Freitas S. P, Lago R. C. A, Jablonka F. H & Hartman L. (1993). Extraction aqueuse enzimatique de l’huile d’avocat a partir de la pulpe fraîche. Revue Française des Corps Gras, 41:365-71.

IAL – Instituto Adolfo Lutz. Métodos físico-químicos para análises de alimentos. 4. ed. 1. ed. Digital. São Paulo, 2008. v.1020p.

Jiang L, Hua D, Wang Z & Xu S. (2010). Aqueous enzymatic extraction of peanut oil and protein hydrolysates. Food and Bioproducts Processing, 88:233–8.

Knothe G, Gerpen J. V, Krahl J & Ramos . P. (2006). Manual do Biodiesel. Traduzido do original "The Biodiesel Handbook"por Luiz Pereira Ramos, São Paulo: Edgard Blucher.

Liu Z, Gui M, Xu T, Zhang L, Kong L, Qin L & Zou Z. (2019). Efficient aqueous enzymatic-ultrasonication extraction of oil from Sapindus mukorossi seed kernels. Industrial Crops and Products, 134:124–33.

Monteiro D. C. B, Sousa W. C, Azevedo L. A & Borges J. S. (2015). Caracterização físico-química do fruto e da geleia de murici (Byrsonima crassifolia). Enciclopédia Biosfera, 11:3356–66.

Mothé C. G & Azevedo A. D. (2002). Análise térmica de materiais. São Paulo: iEditora.

Oliveira J. B, Michels F. S, Melo E. S. P, Nazário, C. E. D, Caires A. R. L, Gonçalves D. A, Cardoso C. A. L & Nascimento V. A. (2019). Data on mineral composition, fatty acids, oxidative stability, UV-VIS spectra and fluorescence emission of the Dersani and Sunflower oils used as cicatrizing agent. Data of Brief, 26:104427.

Polmann G, Badia V, Frena M, Teixeira G. L, Rigo E, Block J. M & Feltes M. M. C. (2019). Enzyme-assisted aqueous extraction combined with experimental designs allow the obtaining of a high-quality and yield pecan nut oil. LWT – Food Science and Technology,113:108203.

Prasad S & Roy I. (2018). Converting enzymes into tools of industrial importance. Recent Patents on Biotechnology, 12:33–56.

Reda S. Y & Carneiro P. I. B. (2007). Óleos e Gorduras: Aplicações e Implicações. Revista Analytica, 27, 60-7.

Rezende C. M & Braga S. R. (2003). Chemical and aroma determination of the pulp and seeds of murici (Byrsonima crassifolia L.). Journal Brazilian Chemistry Society, 14:425-8.

Ribeiro S. A. O, Nicacio A. E, Zanqui A. B, Biondo P. B. F, Abreu-Filho B. A, Visentainer J. V, Gomes S. T. M & Matsushita M. (2016). Improvements in the quality of sesame oil obtained by a green extraction method using enzymes. LWT – Food Science and Technology, 65:464–70.

Santos J. C. O, Santos I. M. G, Souza A. G, Prasad S & Santos A. V. (2002). Thermal stability and kinetic study on thermal decomposition of commercial edible oils by thermogravimetry. Journal of Food Science, 67:1393-8.

Sheldon R. A & Woodley J. M. (2018). Role of biocatalysis in sustainable chemistry. Chemical Reviews, 118:801–38.

Souza I. H. S, Nogueira J. P, Dutra R. P & Freitas A. C. (2019). Stability study of pre-purified protease obtained from Aspergillus oryzae NRRL 1911 by solid state fermentation with canola cake as substrate at different pH and temperature. Brazilian Journal of Development, 5:18538–52.

Watanabe T, Sugiura M, Sato M, Yamadab N & Nakanishi K. (2005). Diacylglycerol production in a packed bed bioreactor. Process Biochemistry, 40:637-43.

Downloads

Publicado

15/06/2020

Como Citar

SILVA, R. V.; SOUZA, I. H. da S.; RIBEIRO, P. R. da S.; FREITAS, A. C. de. Comparação da estabilidade termo-oxidativa do óleo de murici (Byrsonima crassifolia L. Kunt) obtido por hidrólise enzimática assistida por ultrassom e método clássico. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 7, p. e808974877, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i7.4877. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/4877. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas