Comparação da estabilidade termo-oxidativa do óleo de murici (Byrsonima crassifolia L. Kunt) obtido por hidrólise enzimática assistida por ultrassom e método clássico
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.4877Palavras-chave:
Óleo de murici; Hidrólise enzimática; Estabilidade térmica; Estabilidade oxidative.Resumo
A extração de óleo de várias matérias-primas por processo enzimático tem recebido grande importância por ser considerada tecnologia limpa. Além disso, o produto obtido por ação enzimática apresenta melhores rendimentos, bem como melhores parâmetros de qualidade química, além de melhores condições de estabilidade. Assim, o objetivo do presente trabalho foi otimizar o processo de extração de óleo de polpa de murici por hidrólise enzimática e comparar a estabilidade termo-oxidativa do óleo de murici extraído por hidrólise enzimática assistida por ultrassom e o óleo obtido pelo método clássico (Soxhlet). Os resultados obtidos mostraram dependência da variável dependente - rendimento (%) - em função das variáveis independentes - concentração enzimática (%) e tempo de exposição ao ultrassom (min). A partir da análise estatística aplicada, observou-se que o óleo extraído por hidrólise enzimática apresentou maior estabilidade térmica (400 °C) em comparação ao obtido pelo método clássico (384 °C). A análise da estabilidade oxidativa mostrou maior propensão à oxidação do óleo obtido pelo método clássico comparado ao obtido pela hidrólise enzimática em 6 horas de indução a 110 °C. Assim, o óleo obtido por hidrólise enzimática possui propriedades superiores às obtidas pelo método clássico e, portanto, com melhor estabilidade termo-oxidativa.
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