Ser cuidadora familiar de pessoa com Doença de Alzheimer: O cuidado desigual
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i5.48805Palavras-chave:
Doença de Alzheimer; Gênero; Sobrecarga do Cuidador.Resumo
A Doença de Alzheimer (DA) é uma condição neurodegenerativa que compromete a memória, cognição e autonomia, exigindo cuidados contínuos. Na maioria das vezes, esses cuidados são realizados por mulheres que compõem o núcleo familiar da pessoa com a doença. Essa relação revela as repercussões negativas socioculturais no cuidado. O estudo tem como objetivo compreender as repercussões e sentimentos do ser cuidadora na vivência de integrantes de um Grupo de Ajuda Mútua (GAM). Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa que utiliza o método de análise de conteúdo de Bardin, Além disso, para a categorização dos dados foi utilizado o software Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (IRAMUTEQ) para uso dos recursos de análises lexicográficas clássicas, além da Classificação Hierárquica Descendente (CHD). Foram identificadas cinco classes temáticas que se organizaram em três subgrupos: repercussões do cuidado, potencialidades e fragilidades. Os resultados mostram que, embora existam formas de apoio que ajudam a enfrentar os desafios, as fragilidades ainda têm um peso maior na experiência das cuidadoras, sugerindo que essa assimetria está relacionada a construções sociais de gênero que colocam sobre as mulheres a responsabilidade quase exclusiva pelo cuidado, o que reverbera em sua saúde física e mental. Assim, o estudo reforça a importância de considerar o gênero nas discussões sobre cuidado e de propor políticas públicas que reconheçam esses contextos e sustentem a tarefa do cuidado.
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