Fake news na área de saúde: Um estudo sobre a disseminação de fake news em redes sociais e a necessidade de adequação da legislação brasileira
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i6.48982Palavras-chave:
Fake news; Redes sociais; Saúde pública; Legislação brasileira; Reforma de legislação.Resumo
O objetivo deste estudo é identificar características e elaborar modelos que ajudem a compreender como ocorre a propagação de fake news em redes sociais, apontando mecanismos hábeis para a adequação da legislação para o combate à disseminação de fake news em proteção à saúde coletiva. O método de pesquisa foi dividido em três etapas: (1) revisão da legislação atual abordando disseminação de fake news; (2) aplicação e avaliação de respostas a um questionário sociocultural utilizando análises fatoriais multivariadas e aprendizado de máquina para identificar possíveis correspondências entre o comportamento de disseminar informações falsas e características socioculturais; (3) identificação de parâmetros associados à propagação de fake news em rede social utilizando uma abordagem de redes complexas. Os resultados mostraram que a legislação brasileira ainda não possui mecanismos para caracterização de dolo associado à propagação de fake news em redes sociais. A análise das respostas ao questionário indica que a propagação de fake news não se dá por falta de conhecimento. A análise de propagação de fake news em rede social mostrou que a disseminação desse tipo de informação não segue um padrão esperado para redes livres de escala, evidenciando impulsionamento artificial de notícia. Adicionalmente, a análise de parâmetros da rede de propagação de notícias utilizando teoria de redes complexas pode ser utilizada objetivamente para identificar se a propagação ocorre de forma natural ou artificial. A responsabilização pela ação dolosa de propagação de fake news em redes sociais demanda de uma adequação da legislação vigente.
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