Para uma nova arte de viver: os espaços e as práticas de reabilitação da pessoa com deficiência visual
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i8.5445Palavras-chave:
Transtornos da visão; Reabilitação; Atividades cotidianas; Equipamentos de autoajuda.Resumo
A experiência da deficiência visual suscita novos aprendizados, dentre os quais se destaca o papel da reabilitação e suas repercussões para a compreensão da dinâmica de vida. Este estudo objetiva analisar os espaços e as práticas de reabilitação vivenciadas por sujeitos com deficiência visual, imersos em seus cotidianos. A técnica empregada foi a de grupo focal e os dados obtidos foram submetidos à análise temática. O estudo obteve aprovação ética para sua realização. Quanto aos resultados, as temáticas que emergiram a partir dos discursos foram: os primeiros passos: a trajetória reabilitacional; reaprender a fazer: as atividades de vida diária (avd); reaprender a se mover: os passos para orientação e mobilidade; reaprender a ler e escrever: o encontro com o braille; e um atalho no percurso: as tecnologias assistivas. O estudo conclui que apesar da constatação das melhorias alcançadas na disponibilização dos serviços voltados ao usufruto dos direitos de cidadania e de liberdade pelas pessoas com cegueira e baixa visão, ainda perduram obstáculos de ordem política, operacional, de acesso e utilização dos recursos técnicos e tecnológicos por tais sujeitos. Mesmo assim, a reabilitação tem se revelado uma importante ferramenta aliada na retomada da arte de viver diante da experiência da cegueira.
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