Avaliação de compostos tóxicos e parâmetros de qualidade em aguardente de cana envelhecida
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i8.5544Palavras-chave:
Bebida destilada; Contaminates; Carbamato; Cachaça.Resumo
A aguardente de cana típica brasileira, denominada “cachaça”, é uma bebida conhecida e comercializada em todo o mundo. Sua popularização mundial se deu por conta da bebida chamada caipirinha, onde a cachaça é utilizada como um de seus principais ingredientes. Surge assim, uma preocupação crescente com a sua qualidade. Dentre os fatores limitantes da qualidade da cachaça, do ponto de vista da segurança alimentar e da adequação ao comércio e exportação, a presença de compostos tóxicos é um dos mais importantes. Alguns compostos tóxicos podem estar presentes na cachaça por contaminação ou formação durante as etapas de produção. Com o objetivo de investigar a presença de alguns desses compostos nas cachaças da Bahia, foram coletadas e analisadas 27 amostras de cachaças envelhecidas e analisadas quanto à sua identidade e padrões de qualidade. Para esse fim, análises de parâmetros de qualidade em relação ao teor de álcool, acidez, cobre, furfural, metanol, carbamato de etila, álcoois superiores, butan-1-ol e butan-2-ol. Em relação aos padrões de qualidade, enquanto 74,1% das amostras não estavam em conformidade com o limite estabelecido por lei no que diz respeito ao conteúdo de compostos tóxicos como cobre, furfural ou carbamato de etila. O conhecimento da qualidade da cachaça brasileira é de grande importância para o seu reconhecimento, uma vez que é comercializado em todo o país com crescente inserção no mercado internacional.
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