Produção de proteína microbiana em borregos Santa Inês alimentados com resíduo de cervejaria desidratado
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i8.5816Palavras-chave:
Microrganismos ruminais; Pequenos ruminantes; Subproduto agroindustrial.Resumo
O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de estimar a síntese de proteína microbiana por meio da excreção urinária de derivados de purina em ovinos Santa Inês alimentados com resíduo de cervejaria desidratado nas proporções de 0; 20; 40; 60 e 80% de inclusão na porção concentrada da ração. Foram utilizados 35 borregos da raça Santa Inês, com peso corporal médio de 16,00 ± 1,69 kg, aproximadamente 70 dias de idade, avaliados em delineamento inteiramente casualizado, com cinco rações experimentais e sete repetições. A obtenção das amostras de urina dos borregos ocorreu por meio da técnica de coleta spot. A excreção diária de derivados de purina, expressa em mmol/dia, apresentou para alantoína e purinas totais, efeito linear decrescente (P<0,05). Contudo, para o ácido úrico, não houve interferência da inclusão do resíduo de cervejaria desidratado (P>0,05). A absorção diária de purinas microbianas, expressa em mmol/dia, apresentou efeito linear decrescente (P<0,05) à medida que o resíduo de cervejaria desidratado foi adicionado à ração. A eficiência de síntese de proteína microbiana, expressa em g/kg, para nitrogênio (N) microbiano e proteína bruta (PB) microbiana por matéria orgânica digestível consumida, por matéria orgânica digestível aparentemente fermentada no rúmen e por nutrientes digestíveis totais consumidos não foram influenciadas (P>0,05) pela inclusão de resíduo de cervejaria desidratado na porção concentrada da ração. O resíduo de cervejaria desidratado, quando incluído em até 80% na porção concentrada de rações para borregos Santa Inês, não influencia a síntese de proteína microbiana.
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