Uso de medicamentos potencialmente perigosos em uma Unidade de Terapia Intensiva

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i8.5831

Palavras-chave:

Segurança do paciente; Unidades de Terapia Intensiva; Gerenciamento de risco.

Resumo

Objetivos: Analisar o uso de medicamentos potencialmente perigosos em uma unidade de terapia intensiva. Métodos: Estudo transversal, observacional, realizado em uma unidade de terapia intensiva de um hospital universitário do Rio de Janeiro. Os dados foram coletados de março a junho de 2018. A primeira etapa correspondeu à avaliação de 523 prescrições medicamentosas, através de um check-list para identificar os medicamentos potencialmente perigosos mais frequentes, com base na lista do Instituto para Práticas Seguras no uso de Medicamentos. Na segunda etapa, foram realizadas 248 observações à beira leito, buscando identificar as boas práticas, recomendadas na unidade investigada, para segurança medicamentosa. As variáveis foram: identificação com o nome do medicamento nas bombas infusoras e nos equipos, além da sinalização de alerta no equipo, com cores preconizadas na unidade do estudo para este fim. Os dados foram analisados através de estatística descritiva simples e por inferência, realizada através do R, com nível de significância de 5%. Resultados: Verificou-se 6.286 medicamentos nas prescrições. Destes, 1.397 (22%) foram considerados potencialmente perigosos, sendo o mais utilizado a enoxaparina (256 - 18,3%). A frequência dos medicamentos potencialmente perigosos esteve entre 0 e 8,69. Quanto às boas práticas para a segurança medicamentosa, verificou-se que dentre as 443 bombas infusoras observadas; o nome do medicamento estava presente em 441 (99,6%) destas e em 429 (96,8%) equipos. Sinalizadores de alerta foram identificados em 392 (88,6%) equipos. Conclusão: A maior frequência se deu com a enoxaparina e a infusão venosa de medicamentos potencialmente perigosos se deu de forma satisfatória.

Biografia do Autor

Ludmila do Couto Fagundes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Enfermeira Intensivista

Luana Ferreira de Almeida, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Professora Adjunta do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Faculdade de Enfermagem

Flavia Giron Camerini, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Professora Adjunta do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica

Renata de Oliveira Maciel, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Enfermeira do Hospital Universitário Pedro Ernesto

Vanessa Galdino de Paula, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Professora Assistente do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica

Danielle de Mendonça Henrique, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Professora Adjunta do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica

Cíntia Silva Fassarella, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Professora Adjunta do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica

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Publicado

15/07/2020

Como Citar

FAGUNDES, L. do C.; ALMEIDA, L. F. de; CAMERINI, F. G.; MACIEL, R. de O.; PAULA, V. G. de; HENRIQUE, D. de M.; FASSARELLA, C. S. Uso de medicamentos potencialmente perigosos em uma Unidade de Terapia Intensiva. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 8, p. e499985831, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i8.5831. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/5831. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde