Efeito da acidificação direta e microbiana sobre as propriedades químicas, físicas e microbiológicas do queijo de manteiga

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i8.5997

Palavras-chave:

Requeijão do Norte; Perfil de textura; Fermentação microbiana; Acidificação.

Resumo

O Queijo de Manteiga é um produto de grande consumo e valor socioeconômico para o Nordeste brasileiro. Para sua elaboração, a Legislação estabelecida que a coagulação do leite seja realizada com ingredientes orgânicos; no entanto, os pequenos produtores realizam essa etapa da ação da microbiota natural do leite. O objetivo deste trabalho foi avaliar o uso da acidificação microbiana com cultura iniciante tipo “LD”, comparativamente à acidificação direta com o uso de emulsificante, sobre as características químicas, químicas e microbiológicas do produto final. O experimento foi realizado em triplicata, representando processos independentes. Os controles não tiveram impacto sobre o teor de gordura dos queijos, mas o pH, a umidade e o teor de cinzas do queijo elaborado por acidificação direta superior (p≤0, 05) ao queijo elaborado por acidificação microbiana. O queijo elaborado por acidificação direta mostrou menos firme e menor mastigabilidade (p≤0,05). Todos os queijos atendem ao estabelecido pela IN n ° 60/2019, com contagem de coliformes fecais <3,0 NMP / g, ausência de Salmonella sp e Staphylococcus spp <10,0 UFC / g. No entanto, uma contagem de bactérias lácticas foi maior no queijo elaborado por acidificação microbiana. Por apresentar menor pH e maior número de bactérias, é possível que queijo de manteiga permita uma acidificação microbiana, maior segurança alimentar ou queijo elaborado por acidificação direta, dado que bactérias láticas, afetado pela produção de bacteriocinas, preconceito ou efeito inibidor. sobre o crescimento de bactérias patogênicas. Estudos futuros devem explorar esta hipótese.

Referências

Alexandre, A. P. S.; Aquino, A. B., Lyra, D. G. & Froehlich, A. (2016). Queijo manteiga - contaminação microbiológica e risco à saúde do consumidor. Revista Brasileira de Medicina Veterinária, 38(2), 121–4.

Almeida, A. P. N. (2008). Efeito do pH na qualidade do queijo de manteiga. 74p. (Dissertação Mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, São Paulo.

AOAC. Association of Official Analytical Chemists. (1997). Official methods of analysis of AOAC International (16 ed). Gaithersburg, Maryland: International.

Association, American Public Health Association. (2001). Compendium of methods for the microbiological examination of foods. Downes, F. P. & Ito, K (eds.). Washington, DC: American Public Health association.

Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa n° 68, de 12 de dezembro de 2006. (2006). Oficializa os métodos analíticos oficiais físico-químicos para controle de leite e produtos lácteos. Brasília: Diário Oficial da União.

Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa n° 146 de 7 de março de 1996. (1996). Regulamentos técnicos de identidade e qualidade dos produtos lácteos. Brasília: Diário Oficial da União.

Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Instrução Normativa n° 60, de 23 de dezembro de 2019. (2019). Estabelece as listas de padrões microbiológicos para alimentos prontos para oferta ao consumidor. Brasília: Diário Oficial da União.

Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa n° 30, de 26 de junho de 2001. (2001). Regulamentos técnicos de identidade e qualidade de manteiga da terra ou manteiga de garrafa; queijo de coalho e queijo de manteiga. Brasília: Diário Oficial da União.

Buffa, N., Trujillo, A. J., Pavia M. & Guamis B. (2001). Changes in textural, microstructural, and colour characteristics during ripening of cheeses made from raw, pasteurized or high-pressure-treated goats’ milk. International Dairy Journal, 11, 927–34.

Caric, M., Gantar, M. & Kalab, M. (1985). Emulsifying agents on the microstructure and other characteristics of process cheese - a review. Food Microstructure, 4, 297–12.

Cavalcante, A. B. D. & COSTA, J. M. C. (2005). Padronização da tecnologia de fabricação do queijo manteiga. Revista Ciência Agronômica, 36, 215–20.

Charlier, C., Cretenet, M., Even, S., & Le Loir, Y. (2009). Interactions between Staphylococcus aureus and lactic acid bacteria: An old story with new perspectives. International Journal of Food Microbiology, 131(1), 30–9.

Cruz, A. G., de Sant’Ana, A. S., Macchione, M. M., Teixeira, Â. M., & Schmidt, F. L. (2009). Milk drink using whey butter Cheese (queijo manteiga) and acerola juice as a potential source of vitamin C. Food and Bioprocess Technology, 2(4), 368–73.

Ellinger, R. H. (1972). Phosphates as food ingredients. Cleveland, Ohio: CRC Press.

Feitosa, T., Borges, M. F., Nassu, R. T., Azevedo, E. H. F. & Muniz, C. R. (2003). Pesquisa de Salmonella sp., Listeria sp. e microrganismos indicadores higiênico-sanitários em queijo produzidos no Estado do Rio Grande do Norte. Revista Ciência e Tecnologia de Alimentos, 23, 162–65.

Fox, P. F., Guinee, T. P., Cogan, T. M. & McSweeney, P. L. H. (2000). Fundamentals of cheese science. Gaithersburg: AN Aspen Publication.

Fox P.F., Guinee T.P., Cogan T.M. &McSweeney P.L.H. (2017). Processed Cheese and Substitute/Imitation Cheese Products. In Fundamentals of Cheese Science. Boston, MA: Springer.

Gálvez, A., Abriouel, H., López, R. L. & Omar, N. B. (2007). Bacteriocin-based strategies of food biopreservation. International Journal of Food Microbiology, 120, 51–70.

Goktepe, I. (2006). Probiotics as biopreservatives for enhancing food safety. In: Goktepe, I., Juneja, V. K., Ahmedna, M. (Ed.). Probiotics in Food Safety and Human Health. Boca Raton: Taylor & Francis.

Guerra, T. M. M. & Guerra, N. B. (2003). Influência do sorbato de potássio e do tipo de embalagem sobre a vida útil do queijo de manteiga (requeijão do Norte). Brazilian Journal of Food Technology, 6(2), 259–65.

Guinee, T. P., Caric, M. & Kalab, M. (2004). Pasteurized processed cheese and substitute/imitation cheese products. In: Fox, P. F. (Ed.), Cheese: chemistry, physics and microbiology. 3rd ed. London, U.K.: Elsevier Applied Science.

Gwartney, E. A., Foegeding, E. A. & Larick, D. K. (2002). The texture of commercial full-fat and reduced-fat cheese. Journal Food Science, 67(2), 812–16.

Hill, A. R. (2016). Cheese Making Technology eBook. University of Guelph, Canada. Dispnível em: https://www.uoguelph.ca/foodscience/book-page/family-3-heat-acid-precipitated-cheese. Acesso em 20 junho.

Hladíková, Z., Smetanková, J., Greif, G. & Greifová, M. (2012). Antimicrobial activity of selected lactic acid cocci and production of organic acids. Acta Chimica Slovaca, 5(1), 80–85.

Instituto Adolfo Lutz. (2008). Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 5 ed. São Paulo: IMESP.

Jassen-Escudero, C. & Rodriguez-Amaya, D. B. (1981). Composition of the brasilian cheese “Requeijão do Norte.” Journal of Food Science, 46(3), 911–17.

Jørgensen, H. J., Mørk, T., Høgasen, H. R. & Rørvik L. M. (2005). Enterotoxigenic Staphylococcus aureus in bulk milk in Norway. Journal of Applied Microbiology, 99, 158–66.

Kramer, A., & Szczesniak, A. S. (Eds.). (2012). Texture measurement of foods: psychophysical fundamentals; sensory, mechanical, and chemical procedures, and their interrelationships. Springer Science & Business Media.

Lima, C. D. L. C., Lima, L. A., Cerqueira, M. M. O. P., Ferreira, E. G. & Rosa, C. A. (2009). Bactérias do ácido láctico e leveduras associadas com o queijo-de-minas artesanal produzido na região da Serra do Salitre, Minas Gerais. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, 61, 266–72.

Lucey, A. J. (2011). Cheese acid- and acid/heat coagulated cheese. In: Fuquay, J. W (Ed.), Encyclopedia of Dairy Sciences (2 ed.). San Diego, CA: Academic Press.

Meyer, A. (1973). Processed cheese manufacture. London, U.K.: Food Trade Press Ltd.

Mizuno, R. & Lucey, J. A. (2005). Effects of emulsifying salts on the turbidity and calcium-phosphateprotein interactions in casein micelles. Journal of Dairy Science, 88, 3070–78.

Munck, A. V. (2004). Queijo de coalho: princípios básicos da fabricação. Revista Do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, 59, 13–5.

Nassu, R. T., Araújo, R. S., Guedes, C. G. M. & Rocha, R. G. A. (2003). Diagnóstico das condições de processamento e caracterização físico-química de queijos regionais e manteiga do Rio Grande do Norte. Fortaleza: Embrapa Agroindústria Tropical.

Nassu, R. T., Lima, J. R. & Andrade, A. A. (2009). caracterização físico-química e análise sensorial de queijo de manteiga produzido no Rio Grande do Norte. Revista Ciência Agronômica, 40(1), 54–9.

O’Callaghan, D. J. & Guinee T. P. (2004). Rheology and texture of cheese. In Fox, P. F., McSweeney, P. L. H., Cogan, T. M. & GUINEE, T. P. (Eds.), Cheese: chemistry, physics and microbiology. Volume 1: General Aspects. Elsevier Applied Science.

Ogaki, M. B., Furlaneto, M. C. & Maia, L. F. (2015). Revisão: Aspectos gerais das bacteriocinas. Brazilian Journal of Food Technology, 18(4), 267–76.

Oliveira, K. A. M., Jardim, D. M., Chaves, K. S., Oliveira, G. V. & Vidigal M. C. T. R. (2016). Avaliação físico-química, microbiológica e sensorial de queijo minas frescal de leite de cabra desenvolvido por acidificação direta e fermentação lática. Revista Instituto Laticínios Cândido Tostes, 71(3), 166–78.

Pereira, A. S., Shitsuka, D. M., Parreira, F. J. & Shitsuka, R. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [e-book]. Santa Maria. Ed. UAB/NTE/UFSM. Disponível em: https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/15824/Lic_Computacao_Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1. Acesso em 05 de julho.

Rapacci, M. & Van Dender, A. G. F. (1998). Estudo comparativo das características físicas, químicas e do grau de desmineralização de diferentes tipos de massas utilizadas no processamento de requeijão cremoso. Revista Do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, 53(304), 223–237.

Santos, J. S., Santana, M. M., Santos, R. D., Aquino, A. C. M. S., Silva, G. F. & Castro, A. A. (2008). Diagnóstico das condições de processamento de produtos artesanais derivados do leite no Estado de Sergipe. Revista Do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, 63(363), 17–25.

Silva N., Junqueira V. C. A., Silveira N. F. A., Taniwaki M. H., Santos R. F. S. & Gomes R. A. R. (2010). Manual de métodos de análise microbiológica de alimentos e água. São Paulo: Varela.

Tempel, T. V. D. & Jakobsen M. (1998). Yeast associated with Danablu. International Dairy, 8, 25–31.

Van Dender, A. G. F. (2006). Requeijão cremoso e outros queijos fundidos: tecnologia de fabricação, controle do processo e aspectos de mercado (1st ed.). São Paulo, SP: Fonte Comunicações e Editora Ltda.

Ventura, R. F. (1987). Requeijões do Nordeste: tipos e fabricações. Revista Do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, 42, 3–21.

Viana, F. R., Oliveira, A. D. L., Carmo, L. S., & Rosa, C. A. (2009). Occurrence of coagulase-positive Staphylococci, microbial indicators and physical-chemical characteristics of traditional semihard cheese produced in Brazil. International Journal of Dairy Technology, 62(3), 372–77.

Walstra, P., Wouters, J. T. M. & Geurts, T. J. (2006). Dairy Science and Technology (2nd ed.). Boca Raton, FL: CRC/Taylor and Francis.

Downloads

Publicado

24/07/2020

Como Citar

ALEXANDRE, A. P. S.; CAMATARI, F. O. dos S.; SANTANA, L. C. L. de A.; DA SILVA, M. A. A. P. Efeito da acidificação direta e microbiana sobre as propriedades químicas, físicas e microbiológicas do queijo de manteiga. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 8, p. e650985997, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i8.5997. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/5997. Acesso em: 27 set. 2024.

Edição

Seção

Ciências Agrárias e Biológicas