Educação, Sociedade e desenvolvimento: rupturas e continuidades da repetição de Auschwitz
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v8i1.607Palavras-chave:
Educação; Desenvolvimento; Prática Educativa; Conhecimento.Resumo
O objetivo deste ensaio é abordar reflexões referentes às mediações entre educação, sociedade e desenvolvimento, no sentido de compreender a hegemonia dos processos formativos que se constituem como um paradigma, em que as características componentes de um sujeito ideal e padrão funcionam no imaginário social de sujeito educado - embora ele permaneça como um ideal a ser alcançado numa noção de competência. A problematização de tal processo estigmatizador será enriquecida por meio das questões levantadas sobre as relações entre educação e sociedade, a partir da teoria crítica. A metodologia de investigação deste trabalho insere-se numa hermenêutica da leitura de autores que subsidiam a análise sobre a questão do sujeito educado na modernidade. Baseia-se também em dados coletados numa unidade de ensino superior. Os resultados indicam, a partir de Adorno (1995, p.121), que “[...] é extremamente limitada a possibilidade de mudar os pressupostos objetivos, isto é, sociais e políticos que geram tais acontecimentos, as tentativas de se contrapor à repetição de Auschwitz são impelidas necessariamente para o lado subjetivo”. Conclui-se, então, que prevalece como paradigma no campo educacional um foco instrumental, que consiste numa atitude fria e calculada, na qual a ideia de eficácia e eficiência são triunfos valorizados como a noção de orgulho próprio para que o indivíduo se constitua enquanto sujeito capaz e competente para o ingresso no mercado de trabalho, que, por sua vez, pauta-se numa estrutura de hierarquia de subordinação do sujeito.
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