Avaliação da composição química e do potencial de inibição do óleo fúsel frente a diferentes microrganismos
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i8.6250Palavras-chave:
Processo industrial; Álcoois superiores; Metabolismo; Antisséptico;Resumo
O controle da contaminação no processo fermentativo é fundamental para garantir a produtividade. Para minimizar a carga de contaminantes são feitos o tratamento ácido e a adição de antibióticos. Entretanto, no próprio processo de produção de etanol, são formados outros álcoois que resultam em uma mistura conhecida como óleo fúsel que pode ser empregado para minimizar a contaminação. Assim, este estudo visa analisar amostras de óleo fúsel, caracterizar e avaliar o potencial de inibição desta substãncia frente a diferentes microrganismos. Inicialmente, foi realizado um levantamento bibliográfico para identificar as biomassas e compreender as etapas de formação do óleo fúsel. Concomitantemente, foram analisadas amostras de óleo fúsel com relação aos parâmetros físico-químicos e a composição química. O potencial de inibição do óleo fúsel foi avaliada com o teste do halo de inibição utilizando as leveduras Catanduva-1 (Cat-1) e FT-858 e as bactérias Salmonella tiffi (ATCC 14028), Escherichia coli (ATCC 25922), Stafilicoccus aureus (ATCC 25923) e Bacillus sp. A produção de óleo fúsel está diretamente relacionada com o metabolismo das leveduras. As amostras apresentaram diferenças nos parâmetros físico-químicos e ambas apresentaram alto teor de álcool isoamilico. As bactérias apresentaram sensibilidade ao óleo fúsel demonstrando que este subproduto pode ser usado como agente antisséptico e antibacteriano.
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