Padrões de resistência a antibióticos em enterobactérias isoladas de infecções do trato urinário em gestantes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i8.6337

Palavras-chave:

ITU; Gestação; Escherichia coli; Bacteriuria.

Resumo

As infecções do trato urinário (ITU) são infecções geralmente causadas por bactérias Gram-negativas, principalmente enterobactérias, comumente adquiridas na comunidade ou em hospitais. As alterações anatômicas e fisiológicas impostas ao trato urinário pela gravidez podem predispor mulheres bacteriúricas assintomáticas em gestantes com ITUs sintomáticas, portanto investigar a epidemiologia dessas infecções (agentes bacterianos e sensibilidade a antibióticos) durante a gravidez é fundamental para orientar as intervenções. No presente estudo, foi objetivo investigar a presença de enterobactérias causadoras de bacteriúria e ITU em gestantes na cidade de São João do Triunfo-PR de 2015 a 2019. De 176 amostras, foi detectada a presença de Escherichia coli em 95 (54%), das amostras clínicas, Klebsiella sp. em 35 (19,9%), seguida de Proteus sp. 29 (16,5%) e Enterobacter sp 17 (9,6%). Em relação à resistência antimicrobiana, as maiores taxas de multirresistência foram observadas entre os isolados de Escherichia coli, onde 20% dos isolados foram resistentes a quatro ou mais antibióticos e 3,1% dos isolados resistiram a mais de seis agentes antimicrobianos. Klebsiella sp. foi a mais sensível aos antimicrobianos testados, 68,6% foram sensíveis a todos os antibióticos estudados. As infecções causadas por Escherichia coli foram comumente relacionadas a altas contagens de unidades formadoras de colônias (UFC), onde 84,2% das amostras estavam acima de 100.000 UFC/mL, enquanto que a grande maioria das amostras positivas para Klebsiella sp., Enterobacter sp. e Proteus sp. produziram infecções com contagens abaixo de 100.000 UFC/mL, Nossos resultados demonstram que Escherichia coli é a principal enterobactéria que causa ITU em gestantes, principalmente por cepas de resistência a múltiplas drogas, enquanto Klebsiella sp., Enterobacter sp. e Proteus sp. produziu apenas bacteriúria.

Referências

Ballesteros-Monrreal, M. G., Arenas-Hernández, M. M., Enciso-Martínez, Y., Martínez-de la Peña, C. F., del C Rocha-Gracia, R., Lozano-Zaraín, P., Navarro-Ocaña, A., Martínez-Laguna, Y., & de la Rosa-López, R. (2020). Virulence and Resistance Determinants of Uropathogenic Escherichia coli Strains Isolated from Pregnant and Non-Pregnant Women from Two States in Mexico. Infection and Drug Resistance, 13, 295.

Brasil. Ministério da Saúde (BR). Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. (2013). Manual de Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção Relacionada à Assistência a Saúde. Módulo 3: Principais Síndromes Infecciosas. Brasília.

Carvalho, F. A., Rodrigues, M. D. A., Bottega, A., & Hörner, R. (2016). Prevalência e perfil de sensibilidade de bactérias isoladas da urina de gestantes atendidas no serviço de obstetrícia de um hospital terciário. Scientia Medica, 26(4).

Cortes-Penfield, N. W., Trautner, B. W., & Jump, R. L. (2017). Urinary tract infection and asymptomatic bacteriuria in older adults. Infectious Disease Clinics, 31(4), 673-688.

Costa, M., Pereira, P. M., Bolotinha, C., Ferreira, A., Cardoso, R., Monteiro, C., Gomes, C. F., & Gomes, J. F. (2009). Frequência e Susceptibilidade Bacteriana em Infecções Urinárias –dados de um laboratório de Lisboa. Parte II. Revista Lusófona de Ciências e Tecnologias da Saúde, 6, 87–103.

De Queiroz, G. M., da Silva, L. M., Pietro, R. C. L. R., & Salgado, H. R. N. (2012). Multirresistência microbiana e opções terapêuticas disponíveis. Revista da Sociedade Brasileira de Clínica Medica, 10(2), 132-8.

Dougnon, V., Assogba, P., Anago, E., Déguénon, E., Dapuliga, C., Agbankpè, J., Zin, S., Akotegnon, R., Moussa, L. B. & Bankolé, H. (2020). Enterobacteria responsible for urinary infections: a review about pathogenicity, virulence factors and epidemiology. Journal of Applied Biology & Biotechnology, 8(01), 117-124.

Falagas, M. E. & Karageorgopoulos, D. E. (2009). Extended-spectrum β-lactamase producing organisms. Journal of Hospital Infection, 73(4):345-54.

Figueiredo, A., Gomes, G. & Campos, A. (2012). Urinary tract infections in pregnancy – diagnosis treatment and prevention. Acta Obstetrica e Ginecológica Portuguesa, 6(3):124-33.

Foxman B. (2010). The epidemiology of urinary tract infection. Nature Reviews Urology, 7:653–660.

Foxman B. (2014). Urinary tract infection syndromes: occurrence, recurrence, bacteriology, risk factors, and disease burden. Infectious Diseases Clinics of North America, 28:1–13.

Harbottle, H., Thakur, S., Zhao, S., & White, D. G. (2006). Genetics of antimicrobial resistance. Animal Biotechnology, 17:111-124.

Koch, C. R., Ribeiro, J. C., Schnor, O. H., Zimmermann, B. S., Müller, F. M., D'Agostin, J., Machado, V. & Zhang, L. (2008). Antimicrobial resistance of uropathogens among outpatients, 2000-2004. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 41(3), 277-281.

Kostakioti, M., Hultgren, S. J. & Hadjifrangiskou, M. (2012). Molecular blueprint of uropathogenic Escherichia coli virulence provides clues toward the development of anti-virulence therapeutics. Virulence, 3:592–594.

Mahmudunnabi, G., Momtaz, F., Foysal, M. J., Rahman, M. M., & Islam, K. (2018). Molecular detection and PCR-RFLP analysis using Pst1 and Alu1 of multidrug resistant Klebsiella pneumoniae causing urinary tract infection in women in the eastern part of Bangladesh. Journal of Genetic Engineering and Biotechnology, 16(1), 77-82.

Masinde, A., Gumodoka, B., Kilonzo, A., Mshana, S. E. (2009). Prevalence of urinary tract infection among pregnant women at Bugando Medical Centre, Mwanza, Tanzania. Tanzania Journal of Health Research, 11(3),154-9.

Moraes, D., Braoios, A., Alves, J. L. B., & Costa, R. M. D. (2014). Prevalence of uropathogens and antimicrobial susceptibility profile in outpatient from Jataí-GO. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, 50(3), 200-204.

Naboka, Y. L., Mavzyiutov, A. R., Kogan, M. I., Gudima, I. A., Ivanov, S. N., & Naber, K. G. (2020). Does Escherichia coli have pathogenic potential at low level bacteriuria in recurrent, uncomplicated urinary tract infections?, International Journal of Antimicrobial Agents, Apr:105983.

Omidifar, N., Taghi, E., Mohebi, S., & Motamedifar, M. (2020). Distribution and antimicrobial susceptibility pattern of bacterial pathogens causing urinary tract infection in pregnant women in Shiraz, Southwest Iran. Gene Reports, p.100731.

Rahman, F., Chowdhury, S., Rahman, M. M., Ahmed, D. & Hossain, A. (2009). Antimicrobial resistance pattern of gram-negative bacteria causing urinary tract infection. Stamford Journal of Pharmaceutical Sciences, 2, 44–55.

Schnarr, J., & Smaill, F. (2008). Asymptomatic bacteriuria and symptomatic urinary tract infections in pregnancy. European journal of clinical investigation, 38, 50-57.

Shrestha, R., Khanal, S., Poudel, P., Khadayat, K., Ghaju, S., Bhandari, A., Lekhak, S., Pant, N. D., Sharma, M. & Marasini, B. P. (2019). Extended spectrum β-lactamase producing uropathogenic Escherichia coli and the correlation of biofilm with antibiotics resistance in Nepal. Annals of Clinical Microbiology and Antimicrobials, 18(1), 42.

Wang, T., Wu, G., Wang, J., Cui, Y., Ma, J., Zhu, Z., Qiu, J. & Wu, J. (2020). Comparison of Single-dose Fosfomycin Tromethamine and Other Antibiotics for Lower Uncomplicated Urinary Tract Infection in Women and Asymptomatic Bacteriuria in Pregnant Women: a systematic review and meta-analysis. International Journal of Antimicrobial Agents, p.106018.

Youssef, M. M., Rizk, H. A., & Hassuna, N. A. (2019). Phenotypic and Genotypic Characterization of Extended-Spectrum β-Lactamase-Producing Enterobacteriaceae in Asymptomatic Bacteriuria in Pregnancy. Microbial drug resistance (Larchmont, N.Y.), 25(5), 731–738.

Downloads

Publicado

01/08/2020

Como Citar

STELLA, A. E.; OLIVEIRA, A. F. de. Padrões de resistência a antibióticos em enterobactérias isoladas de infecções do trato urinário em gestantes . Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 8, p. e862986337, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i8.6337. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/6337. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde